O governo brasileiro fará um pedido formal de desculpas à sociedade e aos familiares dos desaparecidos políticos da ditadura militar (1964-1985) pela negligência na identificação das ossadas encontradas na vala clandestina de Perus, no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo. A omissão ocorreu entre 1990 e 2014, dificultando o reconhecimento das vítimas.
Descoberta em 1990, a vala de Perus continha 1.049 ossadas, entre elas restos mortais de opositores do regime enterrados como indigentes, mesmo possuindo identificação. Em homenagem às vítimas, um monumento foi erguido no local.
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“Conhecer a verdade é o que nos permite avançar como sociedade rumo a um país verdadeiramente democrático”, afirmou o advogado-geral da União, Jorge Messias. Ele espera que o pedido de desculpas traga “um pouco de paz para os familiares dessas vítimas da violência de Estado”.
Segundo o Instituto Vladimir Herzog, apenas cinco ossadas foram identificadas até hoje: Dênis Casemiro (1991), Frederico Eduardo Mayr (1992), Flávio Carvalho Molina (2005), Dimas Antônio Casemiro (2018) e Aluísio Palhano Pedreira Ferreira (2018).
A cerimônia ocorrerá na próxima segunda-feira (24), no Cemitério Dom Bosco, em alusão ao Dia da Memória, Pela Verdade e pela Justiça. O pedido de desculpas será feito pela ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, como parte de um acordo judicial entre a União e o Ministério Público Federal, homologado em dezembro de 2024.
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