Goldman Sachs segue confiante no ciclo positivo do frango e reitera compra em Marfrig

Após encontro a gestão do frigorífico BRF (BRFS3), o Goldman Sachs disse estar mais confiante na continuidade do ciclo positivo do mercado de frango, impulsionado por uma oferta racional e uma demanda sólida.

Nesse cenário, o banco acredita que o momento positivo dos lucros da BRF pode ganhar força após um quarto trimestre de 2024 relativamente fraco, favorecido por custos trabalhistas menores, aumento dos preços domésticos e volumes robustos de exportação. Com isso, o Goldman reiterou sua preferência relativa pela Marfrig (MRFG3), onde enxerga mais valor a ser destravado com a geração de fluxo de caixa livre da BRF e revisões positivas nos lucros para as operações nas Américas do Norte e do Sul.

Às 11h31 (horário de Brasília), a ação da Marfrig subia 3,27%, cotada a R$ 18,65, enquanto BRFS3 avançava 1,63%, a R$ 20,00.

O Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações da Marfrig, com preço-alvo de 12 meses em R$ 21,80, com base em uma avaliação de soma das partes (sum-of-the-parts).

Para as ações da BRF, o banco reiterou recomendação neutra, com preços-alvo de 12 meses de R$ 27,20 para as ações locais e US$ 4,75 para os ADRs (um aumento de 6% em relação aos US$ 4,50 anteriores, essencialmente devido à variação cambial). A avaliação é baseada em um múltiplo de SOTP, onde nosso múltiplo alvo de saída Valor da Firma (EV)/Ebitda para foi ajustado para 6,5 vezes (ante 7,0 vezes anteriormente), refletindo a marcação a mercado dos pares do setor.

BRF (BRFS3)

O Goldman elevou suas projeções para Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado em 2025 e 2026 em 8%. Com isso, o banco prevê um Ebitda ajustado de R$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, com margem de 15,1%, impulsionado pela combinação de demanda sustentada e preços resilientes.

Desde o final de 2024, segundo relatório, a gestão tem se mostrado cada vez mais otimista quanto às oportunidades de expansão orgânica e inorgânica, o que pode resultar em um crescimento de volume de pelo menos 4% e 5% ao ano em 2025 e 2026.

Embora o mercado já esteja atento às iniciativas de crescimento da BRF, o analistas acreditam que os investidores podem estar subestimando o equilíbrio atual entre oferta e demanda global.

Na avaliação do banco, os preços dos grãos representam o maior risco para o ano, especialmente porque os preços domésticos do milho subiram 21% no acumulado do ano.

Marfrig (MRFG3)

Os preços atuais indicam um múltiplo EV/Ebitda futuro de 5,8 vezes para a controladora da Marfrig, uma avaliação que o analistas consideram baixa, dada a escala, o portfólio e a resiliência das operações do grupo na América do Sul.

O banco também elevou em 8% as projeções consolidadas de EBITDA ajustado para a Marfrig em 2025 e 2026, impulsionado por volumes e margens melhores do que o esperado em todas as principais operações.

Apesar do atual ajuste cíclico na carne bovina dos EUA, os resultados da National Beef se mostraram mais resilientes do que o inicialmente temido.

A Marfrig América do Sul também surpreendeu positivamente com uma margem EBITDA ajustada de 12,8% no quarto trimestre de 2024, demonstrando a resiliência e o poder de precificação de um negócio que está se tornando cada vez mais voltado para produtos de marca e de maior valor agregado.

Com todas as suas unidades gerando fluxo de caixa livre positivo e, assim, contribuindo para a desalavancagem da controladora, o Goldman espera que a alavancagem da Marfrig, excluindo a BRF, caia de 9,4 vezes no final de 2024 para 8,0 vezes no quarto trimestre de 2025 e 7,3 vezes no quarto trimestre de 2026. Para analistas, essa tendência pode aumentar a visibilidade dos investidores sobre a estrutura de capital e apoiar uma reavaliação positiva das ações.

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