Bolsonaristas têm quase certeza de que ex-presidente vai perder por unanimidade

Aliados já estão prevendo que o ex-presidente Jair Bolsonaro sairá réu do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que começa nesta terça-feira (25) em Brasília, por unanimidade. Não há expectativa de nenhum voto a favor de Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Pior: os bolsonaristas temem perder a guerra da opinião pública, graças a uma arma que sempre usaram, os cortes nas redes sociais. Isso porque o julgamento será exibido na TV Justiça e trechos das falas dos ministros com palavras fortes podem ser usadas, como “golpe”, “envenenamento”, “invasão” e “depredação”. Para isso, tentam se mobilizar para fazer o mesmo com palavras que favoreçam o capitão nas redes sociais. Ainda mais depois da manifestação esvaziada ocorrida no Rio de Janeiro, recentemente, outro duro golpe para o ex-presidente.

Serão julgados também sete aliados por tentarem se manter no poder após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. As acusações que pesam contra eles são de crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

São eles: o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem; e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.

Além disso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai fazer pessoalmente a sustentação oral, função que nas turmas geralmente fica com subprocuradores.

O julgamento começa com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. Depois, quem vai se manifestar é o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Na sequência, será a vez das defesas dos acusados. Em seguida, os ministros vão se posicionar se aceitam a denúncia, ou seja, se defendem que os acusados virem réus, ou se vão rejeitá-la. A ordem de votos é a seguinte: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Ciente de que o julgamento pode mobilizar manifestações, a Corte preparou um esquema especial, que inclui segurança reforçada, transmissão da TV Justiça e até precauções contra ciberataques. O planejamento diferenciado ocorreu desde a convocação de três sessões extraordinárias, duas delas de manhã, para analisar o caso. Um plano de segurança foi elaborado em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Haverá um policiamento reforçado e um controle de acesso mais rigoroso. O reforço também ocorre na segurança digital, contra eventuais ataques hackers.

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