Bolsonaro chora ao Financial Times, admite prisão e diz que Moraes já tem sua sentença: “28 anos de prisão”

Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez novos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), às vésperas do julgamento que pode torná-lo réu por suposta tentativa de golpe de Estado.

“Ele já tem a sentença para mim, 28 anos de prisão”, afirmou Bolsonaro. “Eu não acho que eles me querem na cadeia, eles me querem morto. É isso que está em jogo no Brasil”, vitimizou-se.

O julgamento na Primeira Turma do STF, marcado para esta terça-feira (25), analisará denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outros sete aliados por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado e tentativa de abolição do estado democrático de direito.

Além do ex-presidente, serão julgados os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Na entrevista internacional, Bolsonaro também abordou temas de política externa, agradecendo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

A organização havia sido alvo de críticas de bolsonaristas, que a acusavam de interferência eleitoral no Brasil em 2022. As suspeitas ganharam força após declarações de um ex-funcionário do Departamento de Estado, Michael Benz, e viralizaram nas redes sociais, com mais de 1,1 milhão de menções.

O Financial Times também destacou a recente decisão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, de tirar licença do mandato e fugir para os Estados Unidos. Segundo o jornal, o “03” tem distribuído um dossiê de mil páginas para parlamentares republicanos e apoiadores de Trump, com críticas a decisões do STF, incluindo as restrições impostas à plataforma X, antigo Twitter, de Elon Musk, no ano passado.

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