A maldição do bolsonarismo e o novo vexame da Seleção Brasileira

Vinicius Jr. e Rodrygo: jogadores tiveram atuação apagada em Buenos Aires – EFE/ Luciano González

A goleada sofrida para a Argentina por 4 a 1, nesta terça-feira (26), pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, foi mais que um resultado desastroso. É a confirmação de um fracasso que já dura anos: a Seleção Brasileira, outrora sinônimo de alegria e respeito, virou motivo de escárnio.

“Um minuto de silêncio… Shhh! Para o Brasil que está morto”, cantaram, em provocação, jogadores argentinos, acompanhados pela torcida, logo após o jogo.

A derrota não entra para a história apenas pelo placar — o pior já registrado pelo Brasil nas Eliminatórias. Ela expõe a decomposição da camisa amarela, sequestrada por uma onda bolsonarista que esvaziou seu significado original. Desde que passou a ser usada como uniforme de ataques golpistas, negação da ciência e cultos à ditadura, a camisa e o time da Seleção perderam sua força.

Bolsonaristas com camisa da Seleção em ato golpista

O Brasil do futebol, que sempre serviu como contraponto à barbárie, foi tragado pelo mesmo pântano que contaminou tantas outras áreas da vida nacional.

Enquanto a Argentina se classifica para a Copa com folga, a Seleção coleciona vexames, atuações apáticas e uma desconexão crescente com seu povo. Não é coincidência. Quando se perde a alma, perde-se também o jogo. Quando a camisa vira símbolo de intolerância e medo, ela deixa de inspirar.

A provocação argentina foi dura, mas precisa. Em campo, a Seleção não reagiu. Fora dele, segue à deriva, sem projeto, sem identidade e sem a confiança de uma população que deixou de se ver representada naquele uniforme amarelo que, um dia, foi de Pelé, Garrincha e Ronaldo.

Se há uma maldição sobre o futebol brasileiro, ela não se deve a um técnico ou a uma má convocação. Começou quando os símbolos do país foram corrompidos. Enquanto não houver resgate dessa imagem — não só da camisa, mas do que ela deve representar —, a Seleção continuará sendo alvo de chacota, principalmente pelos rivais que antes a temiam.

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