Prefeito Diogo apresenta projeto de aumento de 68,4% no salário dos médicos

Foto: Reprodução

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, enviou para a Câmara de Vereadores, um projeto de reajuste de 68,4% aos médicos concursados e contratados da rede pública municipal. A iniciativa foi enviada no dia 21 de março para apreciação do Legislativo.

De acordo com a iniciativa, o salário-base da categoria vai passar de R$ 5.226,12 para R$ 8.800,00, conforme previsto no Projeto de Lei Complementar nº 13/2025, protocolado na Câmara de Vereadores. O aumento, no entanto, não contempla nenhuma outra categoria do funcionalismo público municipal, gerando revolta entre os servidores.

A medida ocorre em meio a reivindicações por valorização salarial de diversas classes do serviço público, que há anos não recebem reajustes nem reposição da inflação. Em nota publicada pelo Sindiserp-BG, a presidente da entidade, Neilene Lunelli, classificou o reajuste como “uma afronta à categoria”. “O aumento exclusivo de quase 70% para uma única categoria, enquanto outros servidores recebem menos que o salário mínimo e não tiveram sequer a correção inflacionária, é um desrespeito institucional e moral”, afirmou Lunelli.

Justificativa do Executivo: atrair profissionais médicos

A proposta do Executivo argumenta que o atual vencimento dos médicos estava defasado em relação a outros municípios do mesmo porte e que o reajuste visa tornar os concursos mais atrativos e ampliar a oferta de profissionais de saúde. Segundo o projeto, a nova remuneração equivale a R$ 110 por hora, considerando jornada semanal de 20 horas, além de incluir vale-alimentação de R$ 26 por dia e adicional de insalubridade de 20%.

Ainda conforme o texto enviado à Câmara, o impacto orçamentário seria “compatível com os limites legais e fiscais”, e o valor atualizado buscaria fortalecer a rede pública de saúde.

Críticas à desigualdade salarial no funcionalismo

Apesar da justificativa oficial, o aumento gerou forte repercussão negativa entre os demais servidores, que reivindicam isonomia e denunciam falta de diálogo do Executivo com as categorias. Segundo o Sindiserp-BG, há servidores ganhando menos que o salário mínimo nacional, e a ausência de reajuste para essas funções é vista como desvalorização profissional e social.

O sindicato também critica o fato de a proposta ter sido enviada sem debate público prévio, ignorando as negociações coletivas e o princípio da valorização igualitária do serviço público. A expectativa é de que a repercussão pressione o Executivo a rever a política de reajustes e abrir diálogo com o funcionalismo para tratar de recomposição salarial e valorização de todas as carreiras.

 

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