Almirante foi chamado duas vezes por Bolsonaro para discutir o golpe, diz advogado

Demóstenes Torres, advogado do Almirante Almir Garnier. Reprodução GloboNews

Em entrevista à Globo News, o advogado de defesa do almirante Almir Garnier, Demóstenes Torres, comentou as recentes acusações contra seu cliente, especialmente sobre uma suposta discussão envolvendo um decreto de estado. Durante a conversa, Torres revelou que Jair Bolsonaro convocou seu cliente duas vezes para tratar do decreto relacionado ao golpe de estado pretendido por ele e seus aliados.

A jornalista Julia Duailibi levantou a hipótese de que o militar teria se envolvido em uma conversa sobre o decreto, algo prontamente negado por Torres. “Ele não nega absolutamente, mas em nenhum momento colocou tropas à disposição”, afirmou o advogado, destacando a falta de provas que sustentem as alegações.

Segundo Torres, o almirante foi convocado por Bolsonaro, então presidente, em duas ocasiões, e uma vez pelo ministro da Defesa, sempre de forma institucional e sem qualquer intenção de movimentações militares.

A discussão sobre o decreto, ainda conforme o advogado, foi proposta por Bolsonaro, mas nunca houve consenso sobre ações práticas. “Não há qualquer prova de que o general tenha colocado tropas à disposição”, reiterou Torres, afastando qualquer envolvimento do cliente em atividades ilícitas.

Julia Duailibi questionou o advogado sobre por que o general não teria informado ninguém sobre o conteúdo do decreto, caso tivesse conhecimento do seu teor. Torres respondeu de forma enfática, afirmando que, como militar, o general sempre agiu dentro dos limites de sua função, sem se envolver em discussões políticas. “O que aconteceu foi apenas uma apresentação do decreto, mas não houve uma discussão sobre ações futuras”, afirmou o advogado.

O defensor também se referiu à alegação do procurador-geral Paulo Gonet, que afirmou que o comandante da Marinha, ao contrário do sugerido, não esteve presente na reunião em que o decreto foi discutido. Segundo Torres, a reunião foi focada na apresentação dos “considerandos” do decreto, sem que se definissem medidas concretas. “Eles ficaram de discutir depois, mas nada foi decidido”, explicou o advogado.

Apesar das evidências apresentadas por Freire Gomes e outras fontes, o representante de Garnier defende que as alegações são infundadas. “Freire Gomes não disse isso, e é importante destacar que o próprio Paulo Gonet, procurador-geral, esclareceu que o Comandante da Marinha não estava lá”, concluiu Torres, deixando claro que qualquer interpretação diferente dos fatos seria imprecisa.

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