Lula reforça parceria com Vietnã para evitar “nova divisão do globo em zonas de influência”

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Lula e o presidente do Vietnã, Luong Cuong, em evento em Hanói, no Vietnã – Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (29), durante visita ao Vietnã, o presidente Lula (PT) defendeu a cooperação entre América Latina e Sudeste Asiático para evitar “uma nova divisão do globo em zonas de influência”.

Ao lado do presidente vietnamita Luong Cuong, Lula lembrou que os dois países foram impactados pela Guerra Fria e reforçou a importância do não-alinhamento às potências em um momento de disputa geopolítica entre EUA e China, visando um caminho para a paz e a estabilidade.

O chefe de Estado destacou que Vietnã e Brasil, apesar de trajetórias diferentes, compartilham experiências históricas de interferência externa. “Como expoentes da construção de uma ordem multipolar, a América Latina e o Sudeste Asiático devem evitar uma nova divisão do globo em zonas de influência”, afirmou. Ele também lembrou o impacto da Guerra do Vietnã e da ditadura militar no Brasil.

Agenda do presidente

A agenda de Lula na Ásia foi pensada para diversificar parcerias econômicas, reduzindo a dependência de China e Estados Unidos. Segundo ele, o Brasil vai negociar um acordo comercial entre o Mercosul e o Vietnã a partir de julho, quando o país assume a presidência rotativa do bloco.

“A presidência brasileira do Mercosul, que se iniciará em julho, vai trabalhar em prol de um acordo com o Vietnã que seja equilibrado e beneficie os dois lados”, afirmou.

O comércio entre os dois países já alcança US$ 8 bilhões, e Lula declarou que deseja reconhecer o Vietnã como uma economia de mercado.

O presidente brasileiro também demonstrou interesse em ampliar as exportações de carne bovina e sugeriu a compra de aviões da Embraer pela companhia Vietnam Airlines.

Além dos temas comerciais, Lula reforçou a importância da próxima Conferência do Clima da ONU, marcada para novembro em Belém. Ele afirmou que o Brasil espera liderar com exemplo e esforço conjunto. “No Brasil, utilizamos a palavra mutirão para nos referir a uma grande mobilização em torno de um objetivo comum. É com esse espírito que queremos chegar a Belém”, afirmou.

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