Terremoto em Mianmar mata mais de 1,7 mil pessoas e deixa milhares feridos

O número de mortos pelo terremoto que atingiu Mianmar na última sexta-feira,28, chegou a 1.700, de acordo com dados divulgados pelo governo militar do país.

O desastre, de magnitude 7,7, abalou não apenas Mianmar, mas também afetou a vizinha Tailândia, onde um desabamento de um arranha-céu em Bangkok causou 18 mortes.

Com mais de 3.400 feridos e dezenas de pessoas desaparecidas, os esforços de resgate seguem a todo vapor, enquanto as autoridades alertam que o número de vítimas pode aumentar.

“A destruição foi extensa e as necessidades humanitárias estão crescendo a cada hora”, disse a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em um comunicado.

Destruição em Mianmar e esforços de resgate

O terremoto, um dos mais fortes do século, sobrecarregou os hospitais em Mianmar, dificultando o atendimento aos milhares de feridos.

As equipes de resgate internacionais começaram a chegar ao país, mas as dificuldades aumentam com a destruição de infraestruturas críticas, como pontes, rodovias e aeroportos, que prejudicam o deslocamento de suprimentos e equipes.

O chefe da junta militar, general Min Aung Hlaing, afirmou que o número de mortos pode ultrapassar as 10 mil vítimas, conforme estimativas do Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Em áreas próximas ao epicentro, como Sagaing, a devastação foi total. Moradores relatam a falta de eletricidade e água potável, além da escassez de ajuda governamental.

“A assistência é praticamente inexistente. As equipes de resgate estão em falta”, afirmou um morador de Sagaing.

As estradas e pontes danificadas dificultam o envio de socorro, e a cidade de Mandalay, a segunda maior de Mianmar, também foi severamente afetada.

“É necessário restaurar as rotas de transporte o mais rápido possível”, disse Min Aung Hlaing a autoridades no sábado, segundo a mídia estatal. “É necessário consertar as ferrovias e também reabrir os aeroportos para que as operações de resgate sejam mais eficazes.”

Tremores afetam a Tailândia e deixam vítimas

Na vizinha Tailândia, o impacto do terremoto também foi grande. Em Bangkok, um arranha-céu em construção desabou, matando 18 pessoas e deixando 76 presas sob os escombros.

As equipes de resgate, que já estão no terceiro dia de operações, estão utilizando drones e cães farejadores para localizar possíveis sobreviventes.

A polícia tailandesa trabalha incansavelmente para remover os escombros e salvar vidas, mas os desafios no local são enormes devido à instabilidade da estrutura.

A ajuda internacional chega tarde para Mianmar

Mianmar, que vive uma guerra civil desde o golpe militar de 2021, enfrenta uma grave crise humanitária.

As comunidades locais, já fragilizadas pela violência, agora se veem devastadas por um desastre natural de grandes proporções.

Países vizinhos, como Índia, China e Tailândia, enviaram equipes de resgate e suprimentos para ajudar nas operações, mas as dificuldades logísticas e a escassez de recursos dificultam ainda mais a resposta à crise.

Organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha, alertam para o crescimento das necessidades humanitárias a cada hora.

“O que estamos vendo aqui é destruição generalizada — muitos prédios desabaram completamente”, disse ele por telefone, acrescentando que grande parte da cidade estava sem eletricidade desde o desastre e que a água potável estava acabando. “Não recebemos nenhuma ajuda e não há equipes de resgate à vista.”

O impacto do terremoto também se reflete na economia do país, já debilitada pelos conflitos.

Mais de 3,5 milhões de pessoas já haviam sido deslocadas devido à guerra, e a infraestrutura do país, já enfraquecida, foi ainda mais danificada, o que dificulta os esforços de recuperação.

Desaparecidos e hospitais sobrecarregados após o terremoto

Em Mandalay, uma das cidades mais afetadas, dezenas de pessoas estão presas sob os escombros de prédios desabados.

Trabalhadores humanitários e moradores locais estão fazendo o possível para resgatar vítimas, utilizando equipamentos simples, como cordas e kits básicos.

A situação nos hospitais também é alarmante, com muitos prédios danificados e pacientes sendo atendidos ao ar livre, em condições precárias.

Além disso, a falta de alimentos e medicamentos em várias regiões agrava a situação, e os hospitais locais estão sobrecarregados.

A situação em áreas próximas ao epicentro é ainda mais crítica, com a escassez de ajuda e a falta de condições mínimas para a sobrevivência.

A comunidade internacional reage à tragédia

Diversos países, incluindo Rússia, Índia, China, Tailândia e Singapura, enviaram equipes de resgate a Mianmar para apoiar as operações de socorro.

O governo de oposição, conhecido como Governo de Unidade Nacional (NUG), que inclui remanescentes da administração anterior, anunciou a suspensão das ações militares ofensivas por duas semanas para permitir os trabalhos de resgate.

Embora a ajuda esteja chegando, a magnitude do desastre e a destruição generalizada tornam as operações extremamente difíceis.

Situação crítica nas áreas afetadas

As imagens de satélite mostram que grandes partes das infraestruturas de Mianmar, incluindo pontes históricas e rodovias vitais, foram destruídas.

As áreas mais próximas ao epicentro, como Sagaing, foram severamente atingidas, com muitas localidades sem acesso a água e eletricidade.

“A falta de ajuda e de comunicação tornou a situação desesperadora”, relatou um morador da região.

Em resposta ao aumento das necessidades, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou para o crescimento contínuo das necessidades humanitárias e a necessidade urgente de uma resposta internacional coordenada.

A situação dos brasileiros em Mianmar

O embaixador do Brasil em Mianmar, Gustavo Rocha de Menezes, informou ao G1 que não há brasileiros entre as vítimas do terremoto.

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De acordo com o diplomata, todos os dez brasileiros residentes no país foram contatados e estão bem.

“Foram todos contatados nas primeiras horas após o terremoto de 28/03 e relataram que se encontravam bem.

O setor consular permanece em contato com os brasileiros. Não temos, até o momento, registro de nacionais nas áreas afetadas”, disse o embaixador.

As autoridades brasileiras pediram que os cidadãos evitassem viajar para as áreas mais afetadas, onde um estado de emergência foi declarado.

Além disso, o número de turistas brasileiros no país tem diminuído devido à intensificação dos conflitos armados na região.

 

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