Inflação preocupa mais que recessão porque ela já está presente nos EUA, diz analista

Maria Irene Jordão, analista global da XP, participou do programa Morning Call da XP, e comentou as preocupações com a economia americana em meio à imposição de tarifas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“A gente viu ao longo da semana passada que o deflator do PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal), que é o índice preferido do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), veio um pouco acima das expectativas”, explicou.

Desaceleração

Por outro lado, segundo ela, a economia americana segue em desaceleração e com os temores de tarifas isso pode pressionar a inflação no curto prazo, e também fazer o processo de desaceleração da economia americana andar mais rápido.

Ela lembra que o anúncio do governo Trump de tarifar 25% sobre todos os veículos e peças de automóveis importados Estados Unidos pode ser um grande impulsionador da inflação local.

Para a analista, aumentaram as preocupações com relação à probabilidade de uma recessão ao longo do próximo ano e como Federal Reserve vai reagir a conjuntura atual, com a economia americana desacelerando e uma inflação persistentemente mais alta.

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“Ainda assim, a inflação deve pesar mais do que a atividade econômica nesse balanço porque, apesar desse aumento da probabilidade de recessão, ainda não é o cenário base, mas sim de desaceleração”, destacou.

Corte de juros

Ela aponta que já se vê expectativa de corte de juros até o final do ano, entre os analistas de mercado, aumentando levemente, prevendo com a desaceleração da economia.

“Subiu também para cerca de 30% a probabilidade de recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses”, ressaltou.

Apesar do cenário, Maria Irene Jordão disse que a XP continua projetando o cenário de nenhum corte de juros até o final do ano pelo Fed, refletindo o que se viu do comunicado da semana retrasada do Fomc (Federal Open Market Committee, o comitê de política monetária dos EUA), quando uma quantidade maior de membros do comitê passaram a esperar de um a nenhum corte de juros até o final do ano.

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