Agrishow projeta aumento de 10% nos negócios em 2025

A organização da Agrishow, a maior feira agropecuária do Brasil, projetou nesta terça-feira que as intenções de negócios gerados no evento deste ano poderão atingir cerca de R$ 15 bilhões, impulsionadas por uma safra recorde de grãos e pela boa rentabilidade de produtos como café e cana.

Isso representaria um crescimento de cerca de 10% em relação ao montante do ano passado, apesar de um cenário desafiador de juros, que estão mais elevados em 2025 na esteira da alta da taxa básica Selic.

“Vamos trabalhar para que este número seja atingido”, afirmou o presidente da Agrishow, João Carlos Marchesan, durante entrevista a jornalistas.

Segundo ele, a cotação do dólar em relação ao real “não está ruim” para os negócios agrícolas, assim como os preços das commodities.

“Não está perdendo dinheiro, mas não está ganhando muito; o agricultor está ganhando na produtividade”, afirmou.

Marchesan mencionou que os custos de aquisição de insumos diminuíram, o que favorece os investimentos.

“Tudo isso ajuda a trazer um equilíbrio; tudo isso contribui para termos essa previsão de crescimento”, acrescentou.

Ele lamentou que a Selic esteja em 14,25% ao ano, o maior nível em mais de oito anos, após cinco altas consecutivas da taxa, o que pode limitar alguns negócios.

“A questão do crédito está escassa. Com a Selic beirando os 15%, o valor da equalização que precisa ser feita, se o governo fizer qualquer empréstimo, o governo tem que equalizar…”, afirmou, referindo-se aos juros subsidiados pelo Tesouro.

Por outro lado, ele lembrou que o governo enfrenta problemas orçamentários, o que reduz a oferta de recursos para subsídios.

“O governo está fazendo o máximo esforço, mas não estamos muito confiantes de que o novo Plano Safra seja abundante”, afirmou.

Assim, Marchesan acredita que os agricultores vão investir, em grande parte, com recursos próprios. “Por isso, estamos esperançosos.”

O evento, que ocorrerá entre 28 de abril e 2 de maio, deverá reunir cerca de 800 expositores em Ribeirão Preto (SP).

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, lembrou que a previsão é de que as vendas de máquinas agrícolas no país este ano devem crescer 8,2% em relação a 2024, o que reforça o otimismo para a feira.

Ele disse que as vendas nos últimos quatro meses têm sido positivas, na comparação com o mesmo período do ano passado.

“Ano passado, tivemos um ano mais difícil por conta da seca, e este ano estamos esperando que as vendas aumentem”, afirmou.

Segundo ele, o bom momento pelo qual passam os setores de café, cana e laranja também deve favorecer as vendas de máquinas agrícolas.

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