Miss bumbum, evangélica, bolsonarista: a candidatura de Andressa Urach. Por Nathalí

Andressa Urach, criadora de conteúdo adulto – Foto: Reprodução

No Brasil de Deolane e Jojo Todynho, é possível dizer com tranquilidade que Andressa Urach ganha com folga o concurso de subcelebridade mais sem noção dos últimos anos. Mesmo em meio a tanta gente que, impulsionada pelos algoritmos, fica famosa por razões cada vez mais esdrúxulas, ela consegue se destacar como a mais sinistra.

Não se pode dizer, entretanto, que a moça não seja versátil: já foi prostituta, crente fundamentalista da Igreja Universal, ex-participante de A Fazenda, “Miss Bumbum”, já pediu para o próprio filho fazer fotos suas eróticas para sites adultos (de longe o caso mais bizarro de que já tive notícia), quase morreu por injetar hidrogel no corpo, teve um caso com Cristiano Ronaldo, foi internada compulsoriamente em uma clínica psiquiátrica, escreveu um livro autobiográfico e agora pretende dar um up na carreira se metendo numa das maiores patifarias do Brasil nos anos 2020: o Congresso Nacional.

Ela declarou ontem, no Instagram, que se candidatará a deputada federal por São Paulo e que já sonha com – pasmem – a Presidência da República. E, convenhamos: se Alexandre Frota já foi deputado federal, a ex-Miss Bumbum é fichinha.

Ao anunciar sua intenção de se candidatar, Urach pediu indicação de partidos políticos, demonstrando que, afinal, sabe muito bem o que está fazendo. Declarando-se “nem de esquerda, nem de direita”, solicitou aos internautas sugestões de partidos alinhados às “coisas que ela acredita” – e aí fica a dúvida se ela se refere ao hidrogel, ao OnlyFans ou a Edir Macedo.

Essa figura controversa é bom lembrar – porque talvez você estivesse ocupada demais para tomar conhecimento das incoerências de uma subcelebridade – já defendeu pautas conservadoras, principalmente em sua fase evangélica. “Deus me ama do jeitinho que eu sou. Mesmo eu vivendo na putaria, Ele me ama!”, declarou certa vez, até então apenas um meme pronto.

Ficou menos inofensiva quando demonstrou inclinações absolutamente conservadoras e apoio a Jair Bolsonaro em várias ocasiões. Nas eleições de 2018, rasgava elogios ao ex-presidente – agora réu – nas redes sociais e rejeitava o feminismo sempre que tinha oportunidade.

Agora – e sabe-se lá até quando –, ela se declara “nem de esquerda, nem de direita”, ou seja, de direita. Mesmo sabendo quase nada sobre política – tão perdida que não sabe nem a qual partido se filiar –, já deve ter sacado que se declarar “isentona” é uma estratégia eficaz (ao menos para os eleitores mais burros) para apagar seu passado bolsonarista, evitando ao mesmo tempo ser associada aos “esquerdistas”.

 

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Acontece que bolsonarismo é coisa que não se apaga, Andressa. Nós sabemos o que você fez no verão passado e sabemos que você não passa de uma bolsonarista enrustida que pregou contra a “libertinagem” e quase virou uma Michelle Bolsonaro da Shopee (Andressa já foi comparada a Michelle pela semelhança física e, à época, declarou-se “lisonjeada”).

Sim, a possível candidatura de Andressa Urach é uma piada pronta, mas nem de longe inofensiva. No Brasil que ovaciona subcelebridades brincando de fazer política ao mesmo tempo que rejeita aqueles que realmente se dedicam a essa área, esse absurdo – como tantos outros – não só é possível: é, infelizmente, provável.

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