O ouro se afastou ainda mais de seu último recorde histórico, envolto na ansiedade sobre o impacto de uma guerra comercial global após a agenda de tarifas mais agressiva do que o esperado do presidente dos EUA, Donald Trump. O metal precioso caiu até 2,4% na sexta-feira, estendendo a queda da sessão anterior, enquanto os investidores continuavam a vender o metal junto com outras classes de ativos.
A queda reverteu o aumento inicial de quinta-feira, que havia atingido um novo recorde histórico de US$ 3.167,84 por onça, após os últimos anúncios de tarifas de Trump. “Há uma destruição severa de riqueza com uma queda histórica no valor de mercado das ações dos EUA”, disse Nicky Shiels, chefe de pesquisa e estratégia de metais da MKS Pamp SA. “Ouro, apesar de ter se mantido como um refúgio sólido recentemente, simplesmente não está imune a essa grande reação de desrisco.”
O metal precioso registra queda pelo segundo dia a partir do recorde. As ações dos EUA despencaram na sexta-feira, com o Índice Nasdaq 100 mergulhando em uma recessão e o Índice S&P 500 a caminho de sua pior semana desde março de 2020. Os investidores aumentaram suas apostas em cortes de taxas de juros do Federal Reserve, e os títulos do Tesouro dos EUA se valorizaram.
Apesar do choque causado pelas tarifas, o ouro deve se beneficiar este ano de um ambiente comercial, macroeconômico e geopolítico cada vez mais volátil. O metal precioso subiu quase 16% este ano, após uma corrida feroz em 2024, que foi amplamente impulsionada por compras massivas de bancos centrais, demanda robusta na Ásia e afrouxamento monetário do Federal Reserve.
O ouro à vista estava em baixa de 2,4%, a US$ 3.041,11 por onça, às 10h59 em Nova York, a caminho de sua primeira perda semanal em cinco. A prata despencou 6,8% após uma queda de 6% na sessão anterior. A platina e o paládio também estavam em baixa.
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