Dólar salta 1,2%, a R$ 5,91, com estresse após guerra comercial deflagrada por EUA

Em um dia de estresse generalizado nos mercados globais, o dólar disparou novamente no Brasil e superou os R$5,90, após os EUA iniciarem a cobrança de tarifas de importação e o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar a China com mais taxas.

Dólar Hoje: Confira a cotação e fechamento diário do dólar comercial

Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou em alta de 1,24%, aos R$5,9107, maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro, quando encerrou a R$ 5,9165. Apenas no acumulado das duas últimas sessões, a moeda norte-americana avançou 28 centavos de real — um salto que dá a medida do estresse do mercado local com a guerra tarifária deflagrada pelos EUA.

Em abril a divisa já acumula elevação de 3,57%.

Às 17h06 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,82%, aos R$5,9315.

Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,910
  • Venda: R$ 5,910

Dólar turismo

  • Compra: R$ 5,94
  • Venda: R$ 6,12

O que aconteceu com dólar hoje?

Após saltar quase 4% frente ao real na última sexta-feira, a divisa americana iniciou a semana em alta, com investidores preocupados com a escalada da guerra comercial e a perspectiva de desaceleração da economia global.

O dólar chegou a zerar os ganhos após uma reportagem da CNBC informar que Trump estaria considerando uma pausa de 90 dias nas tarifas para todos os países, exceto a China, mas logo depois retomou a tendência de alta.

Rumores de que Trump estaria considerando suspender por 90 dias as tarifas para todos os países, exceto a China, causaram agitação nos mercados. A informação, atribuída ao assessor Kevin Hassett, foi posteriormente desmentida, mas chegou a ser interpretada como um sinal de possível flexibilização da política tarifária, em meio à crescente pressão de investidores e empresários. Entre eles, o bilionário Bill Ackman defendeu publicamente uma pausa imediata nas tarifas para evitar um “inverno nuclear econômico”.

O governo da China prepara “esforços extraordinários” para compensar os efeitos das tarifas, após Pequim anunciar cobrança de 34% a importações dos EUA, em resposta ao total de 54% de sobretaxas impostas por Trump. O PBoC poderá cortar taxas de juros a qualquer momento e o governo garantiu que seguirá dando apoio para companhias estrangeiras, mesmo as americanas.

Mais de 50 países já pediram negociações sobre tarifas aos EUA.

O presidente dos EUA, Donald Trump, comentou nesta segunda sobre a turbulência dos mercados, destacando a queda do petróleo e dos rendimentos dos títulos americanos, defendeu as tarifas e pediu ao Federal Reserve que corte as taxas de juros.

Na sexta-feira, 4, o Federal Reserve, por meio de seu presidente Jerome Powell, afirmou que é “muito cedo” para decidir sobre cortes de juros nos EUA, apesar do bom desempenho do mercado de trabalho.

As tarifas globais de 10% do presidente Donald Trump sobre produtos importados pelos Estados Unidos de diversas origens, incluindo o Brasil, entraram em vigor no sábado, 5. As tarifas individualizadas, como impostas à China, entrarão em vigor nesta quarta-feira, 9.

Em sua carta anual aos acionistas, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que as tarifas provavelmente aumentarão a inflação de produtos importados e os preços domésticos, com o aumento dos custos dos insumos. “Ainda não se sabe se o menu de tarifas causará ou não uma recessão, mas ele desacelerará o crescimento”, escreveu Dimon.

No mercado local, as tarifas de 10% ao Brasil são vistas como um cenário menos adverso, podendo até beneficiar alguns setores. Porém, uma desaceleração da China ou uma recessão global não poupariam a economia brasileira.

No boletim Focus, a mediana da inflação suavizada nos próximos 12 meses caiu pela oitava semana consecutiva, de 5,15% para 5 07%, refletindo uma redução em relação a 5,30% do mês anterior.

(Com Reuters e Estadão)

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