Análise: Vale acumula queda de 8% no mês, com o minério de ferro empacado em US$ 100

Logo da Vale (REUTERS/Washington Alves)

Ao observar o comportamento recente das ações da Vale (VALE3), nota-se que o papel segue dentro de uma ampla faixa lateral iniciada desde o topo histórico registrado em 2021. Desde então, o ativo respeita uma linha de tendência de baixa (LTB) mais recente, iniciada em 2023, e ainda não mostrou força para rompê-la de forma consistente. Em 2025, após atingir a mínima do ano em R$ 48,96, houve uma tentativa de reação com fluxo comprador, mas que esbarrou exatamente na LTB. Desde então, o movimento vendedor voltou a predominar, e o ativo se aproxima novamente da zona de suporte.

No fechamento mais recente, VALE3 encerrou cotada a R$ 52,05, acumulando queda de 8,20% apenas neste mês de abril. No ano, a desvalorização é de 0,86%, evidenciando a dificuldade do papel em sustentar movimentos de recuperação.

Para entender até onde o preço das ações da Vale pode ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

Análise técnica da Vale

No gráfico semanal, observo que a tendência no médio prazo segue pressionada pela LTB iniciada em 2023. Apesar do movimento lateral que se desenha desde 2021, o viés atual é de baixa. Recentemente, o papel perdeu as médias móveis de 9 e 21 períodos, reforçando o enfraquecimento da força compradora.

O rompimento da LTB em fevereiro sugeriu uma possível reversão, mas rapidamente o papel perdeu força e voltou a cair. Agora, a atenção se volta para dois pontos importantes: o suporte imediato em R$ 50,76 e a mínima do ano em R$ 48,96. A perda dessa faixa pode acelerar o movimento vendedor e abrir caminho para os R$ 46,58 (mínima de 2021). Abaixo disso, os alvos se projetam para R$ 43,88, R$ 39,40 e até R$ 36,70.

Para inverter esse cenário, será necessário um retorno da força compradora com volume, rompendo as médias de 9 e 21 períodos — localizadas hoje em R$ 53,70 e R$ 54,28. Superando essas resistências, o ativo pode buscar a máxima de 2025 nos R$ 58,45 e a média de 200 períodos nos R$ 61,09. Alvos mais longos ficam nas regiões de R$ 69,36 e R$ 74,38. O IFR (14) semanal está em 43,62, ainda fora da zona de sobrevenda, o que mostra espaço técnico para mais quedas caso o suporte ceda.

Fonte: Nelogica. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo Paz

Confira nossas análises:

Análise de curto prazo

No gráfico diário, observa-se que VALE3 vem de um forte movimento descendente após ter tocado a resistência em R$ 62,42. Desde então, o ativo recuou até a mínima do ano (R$ 48,96), reagiu com força até os R$ 58,45 — máxima de 2025 — mas voltou a perder fôlego ao reencontrar a LTB de médio prazo. Desde então, emplacou novas quedas, com forte pressão vendedora nas últimas sessões.

Atualmente, o ativo opera abaixo das médias de 9, 21 e 200 períodos, o que reforça o viés negativo. Para seguir com as quedas, será necessário romper a faixa de suporte entre R$ 51,15 e R$ 50,00. Perdendo essa região, pode voltar à mínima do ano em R$ 48,96, com projeções em R$ 46,58 e, no limite, R$ 43,88 e R$ 41,20.

Por outro lado, o IFR (14) no diário marca 32,23, próximo da zona de sobrevenda, o que abre espaço técnico para um eventual repique de curto prazo. Para isso, o ativo precisa romper a resistência em R$ 53,52 e, com força compradora, mirar as médias móveis nos R$ 55,50 e R$ 56,10. Acima disso, os alvos são R$ 58,45, R$ 60,00 e, mais acima, os R$ 62,42.

Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Análise do minério

Nas últimas semanas, o minério de ferro vem reforçando um cenário de baixa consistente, o que tem gerado reflexos imediatos nos ativos de siderurgia e mineração. Ao analisar o gráfico, nota-se uma pressão vendedora, com a formação de gaps sucessivos de baixa e o rompimento de suportes importantes, movimento que mantém o ativo abaixo das médias móveis de curto prazo.

A dinâmica do curto prazo mostra que o minério recuou 5,35% na semana passada e já acumula cerca de 3,23% de queda nesta semana, reforçando o ímpeto vendedor. A commodity atingiu a região de 710 iuanes (US$ 97,14), que passa a ser um ponto importante: caso seja rompido, pode abrir espaço para quedas mais acentuadas.

Os próximos suportes relevantes ficam em 657 iuanes (US$ 89,89), 600 iuanes (US$ 82,09) e, num cenário mais estressado, em 510 iuanes (US$ 69,77). O padrão gráfico, marcado por forte pressão de venda e ausência de repiques relevantes, indica que o mercado ainda não encontrou um piso técnico confiável. Para que o minério volte a sinalizar alguma recuperação, será necessário vencer resistências importantes entre 729 e 737 iuanes (US$ 99,74 a US$ 100,83). Acima disso, vejo alvos técnicos mais longos em 753,90 iuanes (US$ 103,15), 770,42 iuanes (US$ 105,41) e, no cenário mais otimista, 800 iuanes (US$ 109,45).

Suportes e resistências da VALE3

Suportes:

  1. R$ 53,52 → Primeira resistência que precisa ser rompida para indicar reação no curto prazo.
  2. R$ 53,70 / R$ 54,28 → Médias móveis de 9 e 21 períodos no gráfico semanal. Zona importante para mudança de viés.
  3. R$ 55,50 / R$ 56,10 → Médias móveis no gráfico diário (200 e 21 períodos).
  4. R$ 58,45Máxima de 2025, e ponto onde o papel falhou recentemente.
  5. R$ 60,00 / R$ 62,42 → Resistências mais fortes no curto prazo. R$ 62,42 foi topo anterior importante.
  6. R$ 61,09 → Média de 200 períodos no gráfico semanal, resistência significativa para o médio prazo.
  7. R$ 69,36 / R$ 74,38 → Alvos longos em caso de reversão mais estruturada.

Resistências:

  1. R$ 58,24 → Máxima de 2025; nível-chave que, se rompido, pode impulsionar novas altas.
  2. R$ 60,00 – R$ 62,40 → Faixa de resistência importante; rompimento pode levar o ativo a buscar níveis mais altos.
  3. R$ 61,32 → Média móvel de 200 períodos no gráfico semanal; forte barreira técnica.
  4. R$ 64,56 → Região de resistência intermediária.
  5. R$ 69,35 – R$ 72,06 → Resistência significativa, podendo atuar como alvo caso o papel mantenha a alta.
  6. R$ 74,38 – R$ 80,81 → Topo histórico e alvo mais longo para um cenário otimista.

(Rodrigo Paz é analista técnico)

Guias de análise técnica:

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