
A venda de veículos no Brasil acumulou alta de 7,2% no primeiro trimestre de 2025, com 551,7 mil unidades emplacadas, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em março, foram registrados 195,5 mil emplacamentos, o que representa crescimento de 4,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com informações do Valor Econômico.
Apesar do desempenho positivo, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, chamou atenção para o impacto negativo do custo elevado de financiamento, que atinge 29,5% ao ano — o maior da história, segundo ele. “O custo de financiamento é irreal quando comparado ao que ocorre em outros países”, afirmou.
A produção de veículos cresceu 8,3% no acumulado dos três primeiros meses do ano, totalizando 582,9 mil unidades fabricadas. No entanto, março registrou uma queda de 2,9% na comparação anual, com 190 mil veículos produzidos. A representante das montadoras atribui a retração a ajustes de estoque e à redução de dias úteis em função de feriados.
As exportações de veículos brasileiros tiveram alta de 40,6% no trimestre, com 115,6 mil unidades embarcadas. Em março, a alta foi de 19%, com 38,9 mil unidades exportadas. A Argentina puxou esse crescimento, com 120% de aumento nas compras de veículos do Brasil — 67,6 mil unidades apenas no trimestre.
O país vizinho respondeu por 58% das exportações brasileiras, seguido por México (15%) e Uruguai (8%). Apesar do bom resultado, Márcio Leite demonstrou preocupação com a perda de participação do Brasil no mercado latino-americano, agravada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, que podem redirecionar a produção mexicana para mercados como o brasileiro.
“Se o México tiver dificuldades para exportar aos EUA, ele pode inundar o mercado brasileiro, já que tem acordos de tarifa zero conosco”, explicou Leite, destacando que o custo de produção no México é mais baixo.

Outro alerta feito pela entidade foi o aumento das vendas de veículos eletrificados importados, motivado pela antecipação ao aumento da alíquota de importação. A partir de julho, a tarifa sobre carros elétricos sobe de 10% para 25%, e sobre híbridos, de 15% para 30%. A estimativa é que mais de 100 mil unidades sejam importadas até lá.
A Anfavea defende a antecipação da recomposição tarifária para 35%, prevista apenas para julho de 2026. “Hoje, o Brasil tem a tarifa de importação mais baixa entre os principais mercados mundiais”, criticou Leite.
O segmento de caminhões, especialmente os pesados, registrou queda de 7% no trimestre, com 13,1 mil emplacamentos, ante 14,1 mil em 2024. Em março, a queda foi ainda mais acentuada: 16,5%.
Por outro lado, o mercado de ônibus cresceu 34,7% nas vendas, impulsionado pelo programa Caminhos da Escola, do Governo Federal, que renova a frota de transporte escolar da rede pública.
Conheça as redes sociais do DCM:
Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line