Com Brent em queda, Petrobras desaba após topo histórico e investidor entra em alerta

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro 16/10/2019 REUTERS/Sergio Moraes

Nos últimos dias, as ações da Petrobras (PETR4) sofreram forte pressão vendedora, refletindo o aumento da aversão ao risco global e a queda expressiva no preço do petróleo. A tensão nos mercados foi intensificada após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicar tarifas mais severas sobre produtos chineses, reacendendo o temor de uma guerra comercial. Esse cenário elevou os riscos de desaceleração econômica global, o que impacta diretamente a demanda por commodities.

Como consequência, o barril do Brent recuou e passou a ser negociado no menor patamar em quase quatro anos. A retração no petróleo pressionou ainda mais os papéis da estatal brasileira, que já vinham acumulando perdas devido ao ambiente político doméstico. Apesar disso, analistas avaliam que Petrobras e outras ações ligadas a commodities estão negociando com múltiplos atrativos e podem representar oportunidades caso o cenário se estabilize.

Após registrar seu topo histórico em R$ 38,66 em fevereiro, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) passaram a sofrer forte pressão vendedora. Nas últimas semanas, o ativo vem acumulando perdas expressivas e agora chama a atenção pela violação de suportes importantes e afastamento das médias móveis, o que reforça o cenário baixista no curto.

Para entender até onde o preço das ações da Petrobras podem ir, confira a análise técnica completa e os principais pontos de suporte e resistência.

Análise técnica da Petrobras

No gráfico diário, o comportamento é de forte pressão vendedora. A queda de 3,56% na última sessão levou a ação para R$ 32,00, acumulando baixa de 13,89% em abril e de 11,58% no ano. O rompimento da região de R$ 33,90, somado à perda das médias móveis de 9, 21 e 200 períodos, reforça o cenário de tendência de baixa no curto prazo.

O IFR (14), agora em 22,91, indica que o ativo está sobrevendido, o que pode abrir espaço para repiques técnicos. Ainda assim, o movimento principal segue sendo de baixa. Caso rompa as faixas de suporte em R$ 31,88 e R$ 31,30, o papel pode buscar os níveis de R$ 30,90 e R$ 29,55. Alvos mais estendidos seguem em R$ 28,90 e R$ 27,20.

Para reverter esse cenário, PETR4 precisará atrair fluxo comprador e romper resistências imediatas em R$ 32,57 e R$ 33,90. Superando essas regiões, as médias de 200 e 21 períodos (em R$ 35,35 e R$ 35,87) passam a ser os próximos desafios antes de tentar uma retomada em direção aos R$ 37,15 e R$ 38,00.

Fonte: Nelogica. Gráfico diário. Elaboração: Rodrigo Paz

Confira nossas análises:

Análise de médio prazo

Pelo gráfico semanal, vejo um cenário de correção técnica mais consolidado. Depois de renovar sua máxima histórica, PETR4 engatou uma sequência de quedas que rompeu as médias de 9 e 21 períodos, além de uma linha de tendência de alta que vinha sustentando o movimento comprador. O suporte em R$ 33,90, que havia segurado o preço em um primeiro momento, foi rompido nesta semana — o que intensificou ainda mais o fluxo vendedor.

Neste contexto, seguem aos próximos níveis de suporte: caso o ativo perca a faixa entre R$ 31,30 e R$ 30,90, abre espaço para buscar patamares mais baixos, como R$ 28,90 e R$ 27,19. Alvos mais longos estão mapeados em R$ 25,64 e na média de 200 períodos, na região dos R$ 22,45.

Apesar do viés negativo, alguns sinais técnicos indicam possibilidade de respiro: o IFR (14) já se aproxima da região de sobrevenda, em 38,75, e o afastamento das médias pode favorecer movimentos de repique. Para que PETR4 volte a apresentar força compradora, será necessário retomar a região de R$ 33,90 e superar as resistências entre R$ 35,30 e R$ 36,25. Se romper esse intervalo, os próximos objetivos estão em R$ 37,15 e novamente o topo histórico em R$ 38,66. Uma superação consistente dessa máxima projeta alvos em R$ 39,55 e R$ 40,80.

Fonte: Nelogica. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo Paz

Análise do Petróleo

O petróleo Brent segue pressionado no gráfico semanal, mantendo uma estrutura técnica claramente baixista. O ativo opera com topos e fundos descendentes, abaixo das médias móveis e com um forte movimento de queda nas últimas semanas. Apenas em abril, o Brent já acumula uma baixa de 18,88%, enquanto no ano a desvalorização se aproxima dos 19%, o que intensifica o alerta para regiões críticas de suporte.

Diante de um movimento tão esticado, não se descarta a possibilidade de repiques de curto prazo, mas o fluxo predominante segue sendo de baixa. Caso o Brent perca a faixa dos US$ 60,00, o próximo objetivo estará nos US$ 55,90. Abaixo disso, os suportes seguintes aparecem nas regiões de US$ 50,30 e US$ 45,20, com um alvo mais longo projetado em US$ 35,75.

Para inverter esse cenário e retomar um viés mais positivo, o ativo precisaria atrair fluxo comprador suficiente para superar a máxima da semana, nos US$ 67,40. Se esse rompimento acontecer, os próximos alvos estarão em US$ 68,60 e US$ 75,43, pontos que coincidem com uma linha de tendência de baixa. Acima dessas regiões, os objetivos seguintes ficam em US$ 82,60 e US$ 87,90. Por ora, no entanto, sigo acompanhando o movimento com viés negativo predominante.

Fonte: TradingView. Gráfico semanal. Elaboração: Rodrigo Paz

Suportes e resistências da PETR4

Suportes:

  1. R$ 31,88 → suporte imediato
  2. R$ 31,30 → região crítica, se perder pode acelerar as quedas
  3. R$ 30,90 / R$ 29,55 → próximos alvos em caso de rompimento
  4. R$ 28,90 → suporte intermediário
  5. R$ 27,20 → suporte mais forte
  6. R$ 25,64 e R$ 22,45 → alvos mais longos, com o último sendo a média de 200 períodos no semanal

Resistências:

Curto prazo:

  1. R$ 32,57 → primeira resistência a ser superada para tentar retomada
  2. R$ 33,90 → região de rompimento, pode agir como resistência forte
  3. R$ 35,35 → média de 200 períodos
  4. R$ 35,87 → média de 21 períodos
  5. R$ 37,15 → resistência intermediária
  6. R$ 38,00 / R$ 38,66 → resistência final no topo histórico

Médio prazo:

  • R$ 35,30 / R$ 36,25 → região de médias no semanal, zona decisiva
  • R$ 38,66 → topo histórico
  • R$ 39,55 e R$ 40,80 → alvos projetados em caso de rompimento do topo

(Rodrigo Paz é analista técnico)

Guias de análise técnica:

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