
Portugal atingiu um novo marco demográfico: o número de cidadãos estrangeiros com residência regular no país chegou a 1.546.521 no fim de 2024 e pode ultrapassar 1,6 milhão, segundo projeções da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). Isso representa cerca de 15% da população nacional, hoje estimada em 10,6 milhões de habitantes. Em 2017, esse índice era quatro vezes menor.
O crescimento se explica, em parte, pelo regime de transição criado em junho de 2024, que permitiu a regularização de imigrantes que já viviam em Portugal. Ao todo, cerca de 50 mil pessoas foram abrangidas pela medida. A nova legislação substituiu o antigo sistema de “manifestação de interesse”, criticado por provocar um “efeito chamada”.

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Segundo a AIMA, essa mudança fez com que o fluxo de regularizações despencasse 59% no segundo semestre de 2024. Ainda assim, o número de residentes estrangeiros continuou subindo, impulsionado pelo esforço do governo em destravar cerca de 450 mil processos pendentes.
Força de trabalho estrangeira e impacto econômico
A crescente presença de imigrantes já se reflete no mercado de trabalho. Dados do Banco de Portugal mostram que 22,2% das empresas contavam com ao menos um funcionário estrangeiro em 2023 — em 2014, esse número era de apenas 7,9%. Os setores com maior dependência são alojamento e restauração (31,1%), atividades administrativas (28,1%) e construção civil (23,2%).
Segundo o estudo da Faculdade de Economia do Porto (FEP), Portugal precisará manter esse ritmo de entrada para sustentar um crescimento econômico de pelo menos 3% ao ano. Para isso, o país teria que atrair 138 mil imigrantes anualmente.
Ainda que o aumento da imigração esteja alinhado com a necessidade de mão de obra e com as metas de crescimento, especialistas alertam para a necessidade de modernização da gestão pública. O país precisaria se preparar para acolher fluxos maiores, com menos burocracia e mais recursos, para integrar os imigrantes rapidamente em condições de trabalhar e contribuir com a sociedade.
Para o governo português, o foco agora está na adaptação institucional. O relatório da AIMA recomenda maior padronização de processos, digitalização de serviços e integração com outras áreas do governo, como educação e habitação, para garantir uma resposta mais eficiente à nova realidade demográfica.
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