Associação de Surf de Balneário Camboriú questiona valor repassado pelo Fundesporte

O presidente da Associação de Surf de Balneário Camboriú, Hamilton Costa, o Tim, procurou o Página 3 para relatar que a entidade ganhou apenas R$ 5 mil do edital do Fundesporte, após ter projeto aprovado no valor de R$ 70 mil. 

O presidente da Fundação Municipal de Esportes da cidade, Diogo Catafesta, foi procurado pela reportagem e falou sobre a situação. 

Na última semana, a FMEBC havia informado que o valor de projetos contemplados era maior do que o de orçamento previsto, no total de R$ 500 mil (relembre aqui).

“Desvio de prioridades”

Tim explicou que ‘a comunidade de surf em Balneário Camboriú enfrenta um momento crítico’ por esta decisão de Diogo Catafesta, de ter destinado apenas R$ 5 mil para a ASBC. Segundo o presidente, outros líderes de associações e atletas de diversas categorias estão se mobilizando contra o que consideram ‘uma perseguição política, que prejudica diretamente a prática do surf e o desenvolvimento de competidores locais’.

“Diante dos desafios enfrentados, é alarmante observar que, apesar de o Fundesporte ter disponibilizado um total de R$ 800 mil em verba, apenas R$ 5 mil foram destinados a um evento que, embora aprovado no projeto totalizando R$ 70 mil, não recebeu a atenção necessária. Essa discrepância é vista como um desvio de prioridades que compromete não apenas a realização do evento, mas também o potencial de crescimento dos jovens atletas e do surf amador na região”, disse.

Presidente diz que ação parece retaliatória e pessoal 

Tim considera que a ação parece ‘retaliatória’ e que o repasse pequeno  ‘impacta não só o presente, mas também o futuro do surf na cidade, que sempre foi um celeiro de campeões’. 

“Acredito que tem algo pessoal também. Eu sou obrigado a explanar, porque não está atingindo a minha pessoa e sim o surf em si. Não está me prejudicando e sim prejudicando o surf. O dinheiro não é para a minha pessoa e sim para o evento amador que estávamos organizando, das categorias sub-8 a sub-18. Vamos captar apoio com a iniciativa privada para fazer, mas o Fundesporte era direito que assistia a gente. Esse R$ 5 mil foi o menor valor de todos. Se isso for pessoal, o surf não merece isso. A ASBC é a associação mais antiga do Brasil, com mais títulos. R$ 5 mil não paga nem o som, tanto que eu nem quis o valor. De esmola o surf não precisa. O meu compromisso é com a comunidade do surf, que estou lutando para reerguer”, completou o presidente.

O que diz o presidente da FMEBC

O jornal procurou o presidente da Fundação Municipal de Esportes de Balneário Camboriú, Diogo Catafesta, que disse que não é R$ 800 mil o valor do Fundesporte e sim R$ 500 mil e que esse total é separado por área – a que mais recebe é a de rendimento, seguida por educacional, evento e recreação e lazer. 

“Não sei que perseguição política é essa que ele está falando. Isso não procede. Não tenho algo pessoal contra ninguém do esporte, não tenho nada a favor e nem contra ele. O Tim nunca me procurou para falar sobre a ASBC, então não entendo a fala dele, que é infeliz”, informou.

FMEBC planeja fazer eventos com a Federação Catarinense de Surf

Catafesta explicou que Tim entrou com pedido no Fundesporte na categoria eventos, que tem R$ 75 mil destinados (dentro dos R$ 500 mil) e contemplou três projetos – ASBC, Associação Cultural e Esportiva Multiesportes – ACEME, que é evento de futebol, e FCFF, que é de fisiculturismo. A FCBC repassou R$ 55 mil para a ACEME, R$ 15 mil para a FCFF e R$ 5 mil para a ASBC. 

“O evento de surf não ganhou valor maior, porque vamos fazer eventos através da Federação Catarinense e não através da ASBC, por entender que a Federação tem eventos que contribuem mais para o calendário e atletas de Balneário Camboriú do que os eventos propostos pela ASBC. Não vamos deixar de apoiar os atletas e nem eventos de surf em Balneário, mas o entendimento da atual gestão da FMEBC é fazermos diretamente com a Federação Catarinense de Surf”, acrescentou.

“O surf não vai ficar desassistido”

O presidente comentou ainda que o valor foi de R$ 500 mil nesse primeiro edital do Fundesporte, e há previsão de R$ 340 mil para o próximo, sendo que somente R$ 75 mil é para a área de eventos. 

“A fala dele [de Tim] é de alguém que não entende, não soube ler o edital ou é mal intencionado e quer criar conflito. Eu estou aberto a todas as pessoas, presidente de entidades ligadas ao esporte, todos podem me procurar. Acho que a fala dele é pontual e separada dos outros. Ele nunca me procurou para falar da modalidade. E reitero: o surf não vai ficar desassistido, tenho conversado com a Federação Catarinense, temos escolinha de surf municipal que tem mais de 50 alunos. Ele parece não ter conhecimento sobre o que fazemos pelo surf em Balneário Camboriú. Se ele tem reivindicação, pode me procurar, pois a porta da FMEBC está aberta para recebê-lo”, completou o presidente da FMEBC.

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