Valor encontrado pela PF em operação contra “prefeito tiktoker” chega a R$ 1,7 milhão

O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) falando, sério, com expressão de alerta
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) – Reprodução

A Polícia Federal apreendeu R$ 1,7 milhão em espécie durante uma operação realizada na quinta-feira (10) contra suspeitas de corrupção e fraude em contratos da saúde pública em Sorocaba (SP). O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) foi um dos alvos da investigação, que envolve movimentações financeiras suspeitas e contratos emergenciais com uma Organização Social (OS).

Segundo a PF, a contagem do dinheiro foi concluída apenas na tarde de hoje, devido à grande quantidade de notas de pequeno valor. Os valores foram encontrados em sete endereços espalhados pelo estado de São Paulo. Veja a distribuição do dinheiro apreendido:

  • Itu (1º endereço): R$ 49.050
  • Itu (2º endereço): R$ 40.000
  • Sorocaba: R$ 36.781
  • Santos (1º endereço): R$ 73.800
  • Santos (2º endereço): R$ 50.322
  • Araçoiaba da Serra: R$ 646.350
  • São Paulo (capital): R$ 863.854

Parte da quantia foi encontrada em imóveis ligados à cunhada do prefeito, a pastora Simone Souza, e ao seu marido, o bispo Josivaldo Souza. Em São Paulo, os policiais localizaram R$ 864 mil guardados em uma caixa de papelão dentro de um carro e em um cofre na casa do casal. Ambos são líderes religiosos e foram alvos de mandados de busca e apreensão.

A investigação identificou movimentações financeiras suspeitas a partir da quebra dos sigilos bancário e fiscal de pessoas ligadas ao esquema. De acordo com os investigadores, Rodrigo Manga é suspeito de ter recebido propina por meio de transações imobiliárias e depósitos em espécie. Um dos operadores financeiros seria o empresário Marco Silva Mott, amigo pessoal do prefeito e atuante no setor imobiliário.

Prefeito de Sorocaba nega envolvimento

Rodrigo Manga, conhecido nas redes sociais como “prefeito tiktoker”, nega qualquer envolvimento com os valores apreendidos. Em entrevista ao UOL News, declarou: “Na minha casa, não foi encontrado nenhum recurso. E os recursos encontrados na casa do bispo Josivaldo e de sua esposa, a pastora Simone, que têm um ministério há 30 anos, estão devidamente declarados, tanto é que eles foram liberados pelo delegado”.

O prefeito alegou ainda que a ligação familiar com a pastora Simone não justifica o envolvimento de seu nome.
“[O valor de quase R$ 1 milhão] não é meu, não tem nada a ver comigo. Eu sou o prefeito de Sorocaba. Vocês não podem misturar as coisas. E daí [se ela é a minha cunhada]? O senhor se responsabiliza pelo seu cunhado? Vocês estão tentando colocar o Manga em um pacote que não existe”, disse.

Cédulas de reais em grande quantidade, em caixa de papelão, as de 50 reais por cima
Parte do dinheiro encontrado em operação da PF – Divulgação

Contrato sem licitação está na mira da PF

A investigação da Polícia Federal tem como foco um contrato emergencial firmado em 2021, sem processo licitatório, entre a Prefeitura de Sorocaba e uma OS para a gestão de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 20 milhões dos bens dos investigados, incluindo valores encontrados nas buscas.

As diligências da PF também incluíram mandados de busca na casa de Rodrigo Manga, na sede da Prefeitura de Sorocaba, na Secretaria Municipal da Saúde e no diretório local do Republicanos.

Esta é a terceira investigação envolvendo o prefeito, que já foi alvo de outras operações sobre desvios de recursos da saúde e a compra de kits de robótica para a rede municipal de ensino.

Defesa de Manga critica operação da PF

A defesa de Rodrigo Manga classificou a operação como “desnecessária e abusiva”, acusando a PF de realizar uma “pesca probatória” — termo usado para descrever investigações sem alvos definidos, em busca de qualquer indício para incriminar alguém.

“Os supostos fatos investigados são de 2021 e, no pouco que a defesa obteve acesso, não existe qualquer elemento, mínimo que fosse, que pudesse relacionar o prefeito a atos ilícitos”, afirmou a nota dos advogados.

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