A Prefeitura de Florianópolis cumpriu nesta sexta-feira (11) uma fase importante das obras da nova ponte da Lagoa da Conceição: a conclusão da estrutura de concreto da ciclovia e do passeio público nos 100 metros iniciais, entre o primeiro e o quarto pilares (P1-P4), da travessia sentido Centrinho Avenida das Rendeiras. Como essa etapa referente às pistas já tinha acontecido, significa que metade da nova ponte tem toda a estrutura de concreto necessária. As obras estão sendo conduzidas pela Secretaria de Infraestrutura e Manutenção da Cidade.
Na sequência, está previsto para o início de maio a mesma finalização no trecho entre o quarto e o sétimo pilares (P4-P7), e, no final de maio, do trecho entre o sétimo e o nono pilares (P7-P9). Feito isso, ficará faltando a parte do asfaltamento e pintura viária total das duas pistas e as obras complementares – iluminação pública, colocação de barreiras tanto entre a pista e o passeio quanto entre a pista e a ciclovia , e guarda-corpos, além das duas cabeceiras e do sistema viário de acesso à nova ponte.
A previsão é a de que aconteça uma abertura parcial (em uma das pistas) da nova ponte da Lagoa para poder desviar o trânsito de uma das pistas da Avenida das Rendeiras provavelmente no sentido Centro-Lagoa – para permitir a finalização das cabeceiras. Mas a abertura total ao tráfego deve ocorrer no final desse semestre. Para isso, o asfaltamento das pistas vai ser feito de uma vez só.
O que mais já foi feito
Desde que as obras da ponte iniciaram, em abril de 2023, também já foram concluídos os dois aterros em rocha que vão abrigar as cabeceiras da ponte, tanto do lado do Centrinho, perto de onde será a rótula do sistema viário de acesso à futura travessia, quanto do lado oposto da lagoa, próximo da Avenida das Rendeiras; os estaqueamentos de madeira para escoramento da estrutura da plataforma equivalente à futura pista; os estaqueamentos metálicos das fundações dos blocos/pilares de sustentação, e a construção dos nove blocos/pilares(tanto esse último quanto o primeiro pilar ficam no nível das duas cabeceiras da ponte). Além de já ter sido finalizada a concretagem das pistas do segundo segmento.
Quanto à revitalização do entorno da nova ponte da Lagoa da Conceição, no início desse mês de abril foi finalizado o trapiche em deck de madeira de 100 metros quadrados ligando o novo Terminal Lacustre Ruth Bastos de Oliveira à ponte atual.
Assim, dos serviços em paralelo iniciados em fevereiro, só falta concluir a implantação de praça do lado do Centrinho, entre a cabeceira da ponte atual e o Supermercado Chico, na Rua Henrique Vera do Nascimento (bem na intersecção com as ruas Rita Lourenço da Silveira e Senador Ivo Daquino). Ela vai ocupar a área de cerca de 650 metros quadrados onde hoje existe apenas um passeio pavimentado com paver (blocos de concreto intertravados), canteiros e árvores.
A praça terá piso de concreto e será estruturada com sanitários públicos acessíveis masculino e feminino, bancos, mesas, paisagismo remodelado e iluminação mais qualificada, além de lixeiras.
Mais frente de trabalho nessa área do entorno, agora, somente com a demolição da ponte atual, após a conclusão da nova travessia. Depois disso o terreno livre correspondente ao aterro da ex-cabeceira do lado do Centrinho vai dar lugar a um boulevard. Trata-se de uma área de contemplação das belezas naturais também em deck de madeira com guarda-corpo metálico devido à altura com relação às águas da lagoa.
Mas os equipamentos do entorno da nova ponte da Lagoa não param por aí. Afinal, o projeto prevê a implantação de praça também no lado oposto da ponte atual. Assim, a nova praça vai ocupar o aterro da cabeceira dessa antiga estrutura a ser demolida que fica próxima da Avenida das Rendeiras. Além do que, a nova praça vai ladear um trecho da nova ponte.
Detalhe: o boulevard e a praça do lado das Rendeiras não serão interligados. E toda essa revitalização do entorno da nova ponte deve ser concluída no segundo semestre de 2025.
Em outubro de 2024 foi entregue o novo Terminal Lacustre Ruth Bastos de Oliveira – de onde saem embarcações do Centrinho para a Costa da Lagoa, e vice-versa com estrutura arquitetônica moderna. Ele fica a cerca de 40 metros do antigo terminal, sentido Avenida das Rendeiras, e é composto de área para espera das embarcações coberta com bancos de madeira e sanitários com acessibilidade, e bicicletários, além de controle de acesso e zeladoria.
Informações gerais sobre a nova ponte
A construção da maior travessia do interior da Ilha de Santa Catarina tem o objetivo ambiental de melhorar a oxigenação entre a Lagoa da Conceição e a Lagoa Pequena, no Campeche. Além de embelezar ainda mais a região com um projeto arquitetônico de tirar o fôlego que engloba a revitalização do entorno da ponte e a melhoria da passagem das embarcações.
Os benefícios de toda essa infraestrutura de ponta vão decorrer do fato de que a altura livre, ou seja, a distância entre a lâmina dágua da Lagoa da Conceição e a ponte a ser edificada, será três vezes maior, se comparado à ponte existente. Isso porque, atualmente, na máxima maré, essa altura é de 1,80 metros, e passará a ser de seis metros. Sendo que a mesma proporção valerá para o vão livre, ou seja, o espaço para a passagem de embarcações sob a ponte, que hoje é de apenas nove metros e será de 30 metros.
De acordo com o projeto executivo, a nova ponte da Lagoa da Conceição ficará à direita da ponte atual – que se encontra desgastada e subdimensionada para o fluxo de veículos da região. Terá estrutura de concreto armado com guarda-corpos e formato curvo, 214 metros de extensão e 17 metros de largura, com duas faixas de rolamento de 3,5 metros de largura. Além de dois passeios (nas laterais de cada faixa) com 2,5 metros de largura e uma ciclovia bidirecional (com duas faixas em sentidos contrários) de 2,80 metros de largura, favorecendo pedestres e ciclistas. Aliás, a geometria da ponte dará condições de conectar a ciclovia das Rendeiras com a ciclovia e a ciclofaixa que vão ligar com o terminal da Lagoa (Tilag), ou seja, permitirá outros modais e dará acessibilidade.
Todas essas obras contam com as devidas licenças ambientais provisória (LAP) e de instalação (LAI), concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), assim como as autorizações da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e da Capitania dos Portos. Elas estão sendo executadas pela empresa Cejen Engenharia Ltda. pelo prazo de dois anos. O investimento é da ordem de R$ 53 milhões.