
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu agir diante da antecipação das articulações eleitorais para sua sucessão em 2026. Incomodado com o movimento de aliados como o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o secretário Gilberto Kassab (PSD) e o presidente da Alesp, André do Prado (PL), Tarcísio convocou seu secretariado para reforçar que será candidato à reeleição — e não à Presidência da República, como vinha sendo especulado. Segundo aliados, ele foi enfático: trabalha pela reeleição e espera que essa mensagem seja repassada “a terceiros”.
A movimentação de Nunes gerou especulações sobre um possível distanciamento entre ele e o governador, reforçadas pela ausência de Tarcísio em um evento da prefeitura realizado no Theatro Municipal, onde foi anunciado um pacote de obras para a cidade. O entorno de Tarcísio alegou conflito de agenda — ele preferiu participar da entrega de leitos na Santa Casa de Misericórdia, a 1,6 km dali —, e informou que Nunes foi convidado para esse evento.
Kassab também ouviu o recado diretamente do governador.
A relação entre os dois já apresentava sinais de desgaste desde fevereiro, quando Kassab intensificou articulações e, segundo Tarcísio, passou a prometer apoio institucional a prefeitos para inflar o PSD. Em um evento com prefeitos, o governador sequer o apresentou como interlocutor do governo, papel esperado de sua função à frente da Secretaria de Governo.

No caso de André do Prado, as conversas sobre sua possível candidatura ao governo vinham sendo feitas nos bastidores com outros deputados desde o ano passado. No entanto, diante do posicionamento de Tarcísio, ele tem evitado menções públicas ao tema. Um assessor declarou à Folha, sob reserva, que o governador teme que sua presença ao lado desses nomes seja interpretada como um apoio antecipado: “O governador teme que sua aparição ao lado dos interessados no governo paulista em 2026 seja vista como um endosso”.
Tarcísio também estaria atento à leitura que Jair Bolsonaro, seu padrinho político, pode fazer da situação. O governador tem reforçado publicamente que, em 2026, apoia Bolsonaro para a Presidência e que, caso o ex-presidente não seja candidato, aceitará o nome que ele indicar. “Não quer passar a Bolsonaro a imagem de alguém que faz jogo duplo”, disse um aliado.
Nos bastidores, aliados de Tarcísio ainda avaliam que nomes como Kassab e André do Prado poderão disputar uma vaga na chapa como vice-governador, especialmente se o atual ocupante do cargo, Felício Ramuth (PSD), for deslocado. Durante um evento recente, o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, resumiu a posição do governo: “Está vendo? Ele vai ser candidato à reeleição”, afirmou a jornalistas enquanto o governador era cercado por apoiadores no auditório do Palácio dos Bandeirantes.
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