
As bolsas de Nova York encerraram a semana em forte alta, com o S&P 500 registrando uma valorização de 5,7% — sua melhor performance semanal desde novembro de 2023 — e o Nasdaq avançando 7,3%, marcando o maior salto desde novembro de 2022. A recuperação foi impulsionada por dados econômicos acima das expectativas e resultados sólidos de grandes bancos americanos, como o JPMorgan, que, apesar do aumento nas provisões para crédito, conseguiu superar as estimativas do mercado.
Outro fator que impulsionou o otimismo foi o recuo do índice de preços ao produtor (PPI), que contrariou as projeções de alta e trouxe sinais de alívio nas pressões inflacionárias. Por outro lado, o sentimento do consumidor, medido pela Universidade de Michigan, apresentou fragilidade, recuando para 50,8 pontos. O desempenho das big techs foi misto, com a Apple registrando alta, enquanto empresas de semicondutores foram pressionadas por novas tarifas impostas pela China. Apesar disso, a semana foi marcada por um forte fluxo comprador e uma recuperação técnica significativa dos principais índices.
Para compreender os possíveis movimentos do Nasdaq e do S&P 500, confira a análise técnica detalhada e os principais níveis de suporte e resistência.
Análise técnica do S&P 500
No gráfico diário, o S&P 500 permanece pressionado abaixo de uma linha de tendência de alta (LTA) de curto prazo, mantendo uma estrutura de topos e fundos descendentes. No entanto, o teste bem-sucedido da região de 4.920 pontos — que conseguiu conter a pressão vendedora — reativou alguma tração compradora, indicando uma possível tentativa de recuperação no curto prazo.
O intervalo entre 4.920 e 5.115 pontos continua sendo o divisor de águas no curto prazo. Caso essa faixa seja perdida, pode ser acionado um pivô de baixa, abrindo espaço para o índice buscar suportes em 4.680, 4.530 e, em um cenário mais pessimista, 4.100 pontos.
Para retomar a trajetória de alta, o S&P 500 precisa romper a máxima do candle de força registrado em 9 de abril, localizada em 5.480 pontos. Acima desse nível, o índice pode mirar as regiões de 5.680, 5.880 e, posteriormente, 6.050 pontos, com o topo histórico em 6.150 pontos atuando como a principal resistência no curto e médio prazo.

Análise de médio prazo
No gráfico semanal, o S&P 500 respeitou uma região de suporte próxima aos 5.835 pontos — um nível que anteriormente funcionava como resistência e agora ganha relevância pelo princípio da bipolaridade. Essa faixa também coincide com uma linha de tendência de alta (LTA) de médio prazo, reforçando ainda mais a importância técnica desse suporte.
O candle da última semana fechou acima da metade do candle anterior, indicando um possível sinal de reversão e reaceleração da tendência de alta. Caso esse movimento se confirme e ganhe continuidade, o S&P 500 pode buscar alvos em 5.680 pontos e, posteriormente, o topo histórico em 6.150 pontos.
Por outro lado, uma perda consistente da região de 5.835 pontos alteraria o cenário, possivelmente acionando uma reversão de tendência no médio prazo. Nesse caso, os alvos projetados para uma correção mais ampla seriam 4.100, 3.790 e, em um cenário mais pessimista, 3.500 pontos.

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Análise técnica da Nasdaq
No gráfico diário, o índice apresentou uma forte reação, com destaque para o pregão da última quarta-feira (9), quando registrou uma alta superior a 12%. Atualmente, está negociando entre as médias de 9 e 21 períodos, uma zona de transição crucial que deve determinar os próximos movimentos do mercado.
Para sustentar a recuperação, o índice precisa consolidar a alta acima das médias e superar resistências nas regiões de 19.152, 20.292 e, posteriormente, 21.350 pontos. O rompimento dessas zonas poderá abrir caminho para um novo teste do topo histórico.
Por outro lado, se a força compradora perder fôlego e a região entre 18.520 e 18.000 pontos for rompida, o cenário pode se deteriorar. Nesse caso, os suportes em 17.000 e 16.542 pontos se tornam níveis críticos — e, caso sejam rompidos, podem abrir espaço para quedas mais acentuadas, com o próximo alvo em 15.700 pontos.

Análise de médio prazo
No gráfico semanal, a estrutura da Nasdaq revela que a tendência de alta foi interrompida após o rompimento do topo histórico na região dos 22.222 pontos. A partir desse ponto, o índice iniciou um movimento corretivo mais amplo, que se intensificou até alcançar o teste da mínima do ano.
Durante o movimento corretivo, o índice rompeu uma LTA significativa e passou a operar abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, sinalizando um enfraquecimento da tendência de alta. No entanto, a recente reação, acompanhada por uma forte entrada de volume comprador, aponta para uma possível tentativa de reversão.
Para consolidar a mudança de cenário, a Nasdaq precisará superar as médias móveis e romper resistências importantes na faixa entre 19.560 e 20.775 pontos. Acima dessa região, o próximo alvo técnico será o topo histórico. Por outro lado, no caso de pressão vendedora, a atenção se volta para a região entre 17.000 e 16.542 pontos. Caso esses suportes sejam rompidos, o movimento de baixa pode ganhar força, com potencial de queda até os 14.000 pontos.

(Rodrigo Paz é analista técnico)
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