As exportações da China cresceram 12,4% em março na comparação anual, marcando o maior aumento desde outubro de 2023, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas divulgados nesta segunda-feira (14). O salto surpreendeu analistas, que esperavam alta de 4,4%, e reflete uma antecipação de embarques por parte das empresas para evitar tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos.
Enquanto as exportações avançaram, as importações chinesas recuaram 4,3% no mesmo período, evidenciando a fraqueza da demanda interna. A balança comercial foi impactada pela guerra comercial entre China e EUA, que se intensificou em março após o governo Trump aplicar tarifas de até 145% sobre produtos chineses, incluindo uma alíquota de 20% relacionada à alegada ligação de Pequim com o comércio de fentanil.
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Na sexta-feira (11), Washington isentou temporariamente alguns itens, como smartphones, semicondutores e outros eletrônicos, mas o presidente Donald Trump afirmou que a medida é provisória. “Vamos conversar com as empresas”, declarou Trump a jornalistas no domingo, sem detalhar quais setores seriam beneficiados permanentemente.
Em resposta, a China elevou suas tarifas para até 125% sobre bens dos EUA. “O céu não vai cair”, disse o porta-voz da alfândega chinesa Lu Daliang, segundo a mídia estatal, destacando a força da demanda doméstica e a resiliência econômica do país.
As exportações chinesas para os EUA subiram 9,1% em valor em março, enquanto as importações de produtos americanos caíram 9,5%. A China também ampliou suas vendas para o Sudeste Asiático, com aumentos expressivos para Vietnã (19%) e Tailândia (18%), destinos que também foram alvo de tarifas americanas, atualmente suspensas.
Apesar do crescimento pontual nas exportações, analistas projetam desaceleração nos próximos meses. O Goldman Sachs reduziu sua previsão de crescimento do PIB da China de 4,5% para 4%, citando a expectativa de forte queda nas exportações para os EUA. “Pode levar anos para que as exportações voltem aos níveis atuais”, afirmou Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.
O governo chinês deve divulgar nesta semana o PIB do primeiro trimestre. Espera-se que o tema dos estímulos econômicos seja central na próxima reunião do Politburo, ainda em abril, diante da pressão por medidas para aquecer o consumo e sustentar a meta de crescimento de cerca de 5% para 2025.
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