As 10 ‘vacas leiteiras’ de dividendos dos últimos 12 meses – uma delas rendeu 59%

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Apesar de um ano marcado por juros elevados no Brasil e pela guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, algumas empresas brasileiras mantiveram a distribuição de dividendos para os acionistas.

Um novo levantamento da Quantum Finance revela as 10 companhias com os maiores dividend yield (DY, ou taxa de retorno apenas com proventos) entre 2 de abril de 2024 e 31 de março de 2025. O estudo considerou apenas ações com 100% de presença em pregão no período – ou seja, que foram negociadas todos os dias úteis – e que tiveram, no mínimo, uma negociação por dia.

As vacas leiteiras

A SYN Prop & Tech (SYNE3), antiga Cyrela Commercial Properties, aparece no topo do ranking. A empresa, que atua na aquisição, locação, venda, desenvolvimento e operação de imóveis comerciais, apresentou um DY de 59,43% nos últimos 12 meses. Na prática, isso significa que um investidor que aplicou R$ 10 mil em abril de 2024 teria recebido cerca de R$ 5,9 mil em proventos brutos no período – sem considerar o desconto de Imposto de Renda (IR).

Além disso, as ações da companhia valorizaram 36,78% no mesmo intervalo, gerando um retorno ainda maior. Vale lembrar, no entanto, que ganhos passados não garantem resultados futuros – tanto na performance do papel quanto na distribuição de dividendos.

Na segunda posição está a Allied Brasil (ALLD3), do setor de eletrônicos de consumo, com um DY de 34,7%. Os mesmos R$ 10 mil investidos teriam rendido R$ 3,4 mil em proventos. Entretanto, o papel registrou uma leve desvalorização de 2,86% no período.

A terceira colocada é a Embpar (EPAR3), que atua nos segmentos de veículos pesados e derivados de madeira. A ação entregou um dividend yield de 23,99%, o que equivaleria a quase R$ 2,4 mil em proventos sobre um investimento de R$ 10 mil. Por outro lado, as ações caíram 22,79%, o que poderia anular parte dos ganhos com dividendos.

Petrobras no ranking

A Petrobras também marcou presença entre as maiores pagadoras. A ação preferencial (PETR4) aparece em quarto lugar, com um DY de 21,23%, enquanto a ordinária (PETR3) ficou na sétima posição, com 19,29%.

Na prática, o investidor teria recebido cerca de R$ 2,1 mil e R$ 1,9 mil em proventos, respectivamente, sobre um investimento de R$ 10 mil. Ambas ainda registraram valorização no período: 20,76% no caso da PETR4 e 27,93% para PETR3.

No último mês, contudo, os papéis da estatal enfrentaram queda, pressionados pela guerra comercial e pela desvalorização do petróleo. Segundo análise do Itaú BBA, o cenário acendeu alertas entre investidores sobre a possibilidade de a companhia precisar aumentar sua alavancagem para manter sua atual política de distribuição de dividendos.

As 10 maiores pagadoras de dividendos

Nome Dividend Yield nos últimos 12 meses Retorno nos últimos 12 meses
Syn Prop Tecon (SYNE3) 59,43% 36,78%
Allied (ALLD3) 34,27% -2,86%
Embpar S.A. (EPAR3) 23,99% -22,79%
Petrobras (PETR4) 21,23% 20,76%
Ânima (ANIM3) 20,47% -46,31%
São Carlos (SCAR3) 19,41% -23,28%
Petrobras (PETR3) 19,29% 27,93%
Petrorecsa (RECV3) 16,66% -17,48%
Kepler Weber (KEPL3) 16,46% -21,16%
Marfrig (MRFG3) 16,20% 104,41%
Fonte: Quantum Finance

Que métricas analisar ao escolher ações de dividendos

Ao buscar ações pagadoras de dividendos, muitos investidores olham apenas para o dividend yield, mas essa não deve ser a única métrica analisada, segundo Valter Bianchi, sócio fundador da Fundamenta Investimentos.

“O investidor que busca empresas que paguem bons dividendos deve também analisar se a empresa está com endividamento confortável ou se irá passar por algum ciclo de investimentos. Empresas endividadas ou que farão investimentos importantes a frente tendem a verter menos dividendos no futuro”, disse.

Segundo ele, a decisão de distribuir dividendos também está diretamente ligada à situação financeira e estratégica da companhia no momento. Mesmo setores tradicionalmente conhecidos por pagarem bons dividendos – como o de concessionárias de serviços públicos – podem ter empresas que interrompem temporariamente o pagamento, especialmente quando estão envolvidas em aquisições ou projetos de expansão.

“É importante, portanto, verificar as peculiaridades de cada empresa para avaliar se o dividendo é sustentável ou se foi apenas pontual”, falou.

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