Bombardeio dos EUA no Iêmen destrói porto e deixa mais de 70 mortos

Navio dispara mísseis em um local não revelado, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, lançou ataques militares contra os houthis do Iêmen, alinhados ao Irã, no sábado, devido aos ataques do grupo contra navios do Mar Vermelho, nesta captura de tela obtida de um vídeo divulgado em 15 de março de 2025. Foto: REUTERS – U.S. Central Command

As forças americanas atacaram e destruíram o porto estratégico de escoamento de petróleo de Ras Isa, no norte de Hodeidah, no Iêmen, nesta quinta-feira (17). Segundo os Estados Unidos, o local é uma importante fonte de financiamento de parte das ações dos rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, que controlam uma grande área do país, incluindo a capital, Sanaa.

O ataque teria deixado pelo menos 70 mortos, a maioria trabalhadores do porto, e mais de 100 feridos, de acordo com um balanço divulgado nesta sexta-feira (18) pelo canal de TV Al-Masirah, que pertence aos houthis. Os rebeldes se tornaram alvo dos EUA após ataques a navios que passavam pelo Mar Vermelho, em novembro de 2023, o que levou à interrupção do tráfego marítimo internacional.

Imagens transmitidas na sexta-feira pelo canal e anunciadas como as “primeiras imagens da agressão dos EUA” mostram a explosão no porto e nuvens de fumaça.

“Equipes de resgate da defesa civil, acompanhadas de ambulâncias, estão fazendo todos os esforços para procurar e retirar as vítimas e acabar com o fogo”, disse Anees Alasbahi, porta-voz do Ministério da Saúde dos houthis.

Manifestações em protesto aos ataques dos EUA e em apoio aos palestinos na Faixa de Gaza estão sendo planejadas pelos rebeldes para esta sexta-feira no Iêmen. O grupo xiita controla grande áreas do país, situado na Península Arábica, e que está em guerra civil desde 2014. O conflito já matou centenas de milhares de pessoas.

O movimento islâmico palestino Hamas denunciou nesta sexta-feira “uma agressão flagrante” após ataques dos EUA ao porto Ras Isa. “Esta agressão flagrante constitui uma clara violação da soberania do Iêmen, um crime de guerra comprovado e confirma a continuação de políticas americanas agressivas visando povos livres que rejeitam a hegemonia sionista e americana na região”, disse o movimento radical palestino em um comunicado.

Renda ilegal

De acordo com o Comando Militar dos EUA no Oriente Médio (Centcom), “o objetivo era atacar as fontes econômicas do poder houthi”.

“Os Estados Unidos tomaram essas medidas para privar os terroristas houthis apoiados pelo Irã, dessa renda ilegal que financiou suas ações para aterrorizar toda a região por mais de uma década”, acrescentou o Centcom.

Washington, que designou os houthis como uma organização terrorista estrangeira no início de março, acusa o grupo de controlar as receitas do porto localizado ao norte de Hodeidah.

“Esses hidrocarbonetos devem ser legitimamente fornecidos ao povo do Iêmen”, disse o Centcom. Na quinta-feira, Washington impôs sanções a um banco iemenita e a seus principais executivos, que representam um apoio “essencial” aos houthis, segundo os EUA.

Os militares dos EUA intensificaram seus ataques ao Iêmen em meados de março, a pedido do presidente dos EUA, Donald Trump. Na quarta-feira, os rebeldes acusaram os Estados Unidos de realizar vários bombardeios aéreos na capital, Sanaa, onde uma pessoa foi morta, segundo o grupo.

Os ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, áreas marítimas consideradas estratégicas para o comércio global, levaram os Estados Unidos a criar uma coalizão naval multinacional e atacar alvos rebeldes no Iêmen, às vezes com a ajuda do Reino Unido.

França dispara drone

Na noite de quinta-feira, o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, anunciou a “destruição, por uma fragata francesa, de um drone disparado do Iêmen”. “Nossas forças armadas mantêm seu compromisso de garantir a livre circulação marítima”, acrescentou na rede social X.

Os houthis, que dizem estar agindo em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, onde o movimento islâmico Hamas está em guerra com Israel desde 7 de outubro de 2023, também atacam regularmente o país com mísseis.

Na manhã de sexta-feira, o Exército israelense anunciou mais uma vez que havia interceptado outro míssil no Iêmen.

Originalmente publicado por RFI

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