
O Padre Julio Lancellotti lembrou de um presente recebido em 2015 do Papa Francisco após sua morte nesta segunda (21). O religioso diz que ficou “atônito” ao receber a notícia do óbito e resgatou algumas memórias com o pontífice, citando a missa de Páscoa deste domingo (20) na Praça de São Pedro.
“A gente não esperava. Embora ele estivesse se recuperando, ontem nós o vimos na Praça de São Pedro, e ele ainda andou no papamóvel”, afirmou Lancellotti. Coordenador da Pastoral do Povo da Rua e responsável pela paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca (zona leste de SP), ele ainda lembrou do solidéu recebido do Papa em 2015.
“Eu tinha enviado para ele fotos e presentes da população de rua que atendemos aqui, o Papa pegou terços, medalhinhas e santinhos para nos enviar. Mas ele disse que queria mandar algo dele, algo que fosse pessoal. E pegou o solidéu e disse: ‘Leve para o padre Julio e entrega para ele como um gesto de carinho. Quem tocar ele [o solidéu] está apertando a minha mão’”, conta.
O item está guardado em uma caixa de vidro e foi levado a todos os eventos realizados por Lancellotti nesta segunda.

O brasileiro ainda relembrou de uma ligação feita pelo papa em um “momento muito difícil”. “Levei um tempo para perceber que era ele, mas logo reconheci a voz. Ele disse que sabia tudo que eu estava passando e que era para eu continuar firme. Ele usou a palavra ‘não desanime’ e perguntou como era o meu dia”, prosseguiu.
O Papa Francisco então teria dito: “Continue fazendo isso, porque é isso o que Jesus faria, é isso que Jesus quer”. Na ocasião, conta Lancellotti, ele vinha sofrendo ataques e perseguições por atuar pela população em situação de rua.
“É um momento de muita tristeza [a morte do papa], de perder uma referência que é muito importante para nós e valida o nosso trabalho. A Pastoral de Rua não era uma coisa estranha pra ele. Ele conhecia e gostava. Fazia isso em Roma também”, conta o brasileiro.
Sobre a sucessão de Francisco, o padre diz que “é difícil fazer uma previsão neste momento”, mas que espera que os cardeais decidam o que é “melhor para o povo e para a Igreja Católica”.
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