Tudo o que você ainda não sabe sobre rosácea – e como tratá-la

Abril é o mês de conscientização sobre a rosácea, doença inflamatória crônica que afeta 400 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com a organização norte-americana National Rosacea Society. Caracterizada pela vermelhidão na região central do rosto, ela afeta principalmente mulheres a partir dos 30 anos e é comumente confundida com outros problemas, como a acne.

E, embora o conhecimento sobre essa condição de pele tenha se tornado mais difundido nos últimos anos – graças a um crescimento no interesse pelo skincare –, ainda há diversas informações sobre ela que muita gente desconhece.

Doença inflamatória afeta 400 milhões de pessoas ao redor do mundo; Dra. Paula Yume, gerente
médico-científica de Profuse, explica que fatores podem exacerbar a condição e como identificá-la. Divulgação

Você sabia, por exemplo, que a rosácea pode ser subdiagnosticada em peles negras? Ou que tomar café quente pode piorar a condição?

Convidamos a dermatologista Paula Yume, gerente médico-científica de Profuse, marca de dermocosméticos do Aché Laboratórios, para compartilhar essas e outras informações sobre a doença – e, também, como tratá-la. Confira!

A rosácea é subdiagnosticada em peles pardas e negras
A rosácea é mais comum em tipos de pele mais claros, especificamente nos fototipos I e II da escala conhecida como Fitzpatrick (peles extremamente brancas e brancas). “Essa condição é frequentemente subdiagnosticada em pessoas com pele mais escura devido à dificuldade em identificar os sinais clássicos, como a vermelhidão e os vasinhos dilatados, que são menos visíveis nesses tons de pele”, explica a Dra. Paula.
Além disso, é preciso observar outros sinais indicativos, como a presença de pápulas e pústulas na região central do rosto. “É importante considerar a rosácea no diagnóstico diferencial de pacientes com histórico de sensibilidade da pele, mesmo quando os sinais clássicos são menos evidentes.”

A alimentação pode interferir na rosácea
A dieta pode influenciar significativamente a rosácea, embora a relação exata ainda esteja sendo estudada, afirma a dermatologista. Alimentos e bebidas em temperatura quente, picantes ou álcool podem atuar como gatilhos para exacerbações. Por outro lado, vegetais, peixes oleosos, azeite de oliva e nozes demonstram potencial para reduzir a inflamação da pele.
“O café merece atenção especial no tratamento da rosácea”, afirma a Dra. Paula. “Quando ingerido muito quente, pode atuar como gatilho de piora dos sintomas. Porém, estudos indicam que a cafeína pode ter um efeito protetor devido às suas propriedades vasoconstritoras e imunossupressoras locais.”

Estresse piora a rosácea
O estresse emocional aumenta a atividade do sistema nervoso simpático da pele, podendo intensificar a dilatação dos vasos e o rubor facial característico da rosácea. “Pacientes com rosácea apresentam respostas aumentadas a eventos de estresse, tanto mental quanto físico, o que pode exacerbar significativamente os sintomas”, observa a dermatologista.
A poluição do ar também pode ser um gatilho para quem tem predisposição. “A poluição induz estresse oxidativo na pele através de espécies reativas de oxigênio, piorando a inflamação e as alterações vasculares típicas da condição. Por isso, a proteção da pele contra agressores externos é fundamental.”

Quem tem rosácea pode se queimar mais fácil ao se expor ao sol
A radiação ultravioleta é um fator agravante importante para a rosácea. “A exposição à radiação UV, especialmente UVB, pode piorar a inflamação e a proliferação de vasinhos na pele de indivíduos com rosácea. Estes pacientes demonstram uma sensibilidade aumentada, precisando de menor quantidade de radiação para apresentar queimaduras”, alerta a Dra. Paula.
Por isso, é fundamental que pessoas com rosácea minimizem a exposição solar e utilizem proteção solar diariamente. Além do sol, fatores como climas extremos (muito quentes ou muito frios), vento e exercícios físicos intensos também podem desencadear ou piorar os sintomas em alguns pacientes.

Como tratar a rosácea?
“A rosácea é considerada um tipo de pele sensível, que necessita de cuidados específicos para manter a barreira cutânea íntegra”, explica a dermatologista. É uma pele que pode reagir negativamente a produtos irritantes como álcool, mentol e algumas fragrâncias. Esfoliantes físicos ou ácidos fortes, assim como o uso de buchas e água quente, devem ser evitados. Ela recomenda uma rotina básica que inclui: limpeza suave sem sabão e sem fragrância, com pH equilibrado; hidratação com produtos para pele sensível contendo ativos calmantes como niacinamida, alantoína, camomila e centella asiática; e proteção solar diária.
“Além dessa rotina de cuidados, cada paciente pode necessitar de tratamentos específicos conforme o quadro clínico, desde medicamentos tópicos como ivermectina, metronidazol e ácido azeláico, até procedimentos como luz intensa pulsada ou laser em casos mais avançados.” Assim, é essencial consultar um dermatologista para entender quais os produtos e tratamentos indicados para cada caso.

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