O grave erro do filme ‘Conclave’: isso NÃO deveria acontecer após a morte de um Papa

A recente morte do Papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira, aos 88 anos, chocou o mundo inteiro. Sua morte, após um derrame e uma parada cardíaca, pegou milhões de pessoas de surpresa, especialmente após sua aparição na missa de Páscoa, onde ele parecia ter se recuperado. Em meio ao luto global e ao início de um novo conclave real, o filme ‘Conclave’, estrelado por Ralph Fiennes, Stanley Tucci e Isabella Rossellini, ressurgiu com força total.

Embora ‘Conclave’ tenha sido elogiado por seu drama e fidelidade ao ritual da eleição papal, ele também gerou um debate entre especialistas sobre um erro canônico que não pode ser ignorado.

A reviravolta fictícia em ‘Conclave’ que quebra o protocolo papal

O filme 'Conclave' é muito fiel à realidade, mas cometeu este erro

No enredo do filme, o personagem Vincent Benítez, interpretado por Carlos Diehz, é revelado como um cardeal “in pectore”, ou seja, um cardeal nomeado secretamente pelo Papa sem que sua nomeação seja tornada pública. Esta figura do filme, embora intrigante e cheia de possibilidades dramáticas, não se confirma com a realidade das normas do Vaticano. Na vida real, um cardeal “in pectore” perde automaticamente seu status se o Papa que o nomeou morrer antes de anunciar sua identidade. E o mais importante: tais cardeais não podem participar do conclave.

De acordo com o Código de Direito Canônico, especificamente o Artigo 351, um cardeal nomeado “in pectore” não pode exercer seu papel ou participar do conclave até que o Papa torne pública sua nomeação. Se o Papa morre sem que isso seja revelado, a nomeação expira, e a pessoa designada não tem direitos dentro do processo de eleição papal.

Isso significa que Benítez nunca poderia ter sido eleito Papa no Conclave, como acontece no filme, o que constitui um erro técnico apontado por especialistas na área.

Um filme que cativou o público, mas irritou os especialistas

O filme 'Conclave' é muito fiel à realidade, mas cometeu este erro

Em um nível cinematográfico, ‘Conclave’ consegue cativar o público com sua atmosfera tensa e retrato detalhado dos intrincados jogos de poder e lealdades no processo papal. As performances, particularmente as de Fiennes e Tucci, foram amplamente elogiadas, e o cenário da Casa Santa Marta, onde os cardeais ficam durante o conclave, é tão fiel que até as urnas são réplicas exatas daquelas usadas na vida real.

No entanto, a imprecisão narrativa em torno do cardeal “in pectore” gerou inquietação entre teólogos, jornalistas religiosos e membros do Vaticano. Para eles, o filme não apenas apresenta uma falsificação histórica, mas também se desvia de uma das regras mais fundamentais do processo de sucessão papal.

O que poderia ser um pequeno erro alimentando o drama da ficção assumiu um significado ainda maior em um momento tão delicado, quando a Igreja enfrenta o verdadeiro desafio de uma nova eleição papal após a morte de Francisco.

O que acontecerá após a morte do Papa Francisco?

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Apesar da polêmica gerada pelo erro canônico na trama, ‘Conclave’ continua sendo uma obra cinematográfica de grande impacto. O filme, com seu elenco impressionante e recriação fiel do ritual papal, captura a tensão e o drama que acompanham a eleição de um novo líder da Igreja Católica.

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Após a morte do Papa Francisco, o camerlengo, Cardeal Kevin Farrell, assumiu funções importantes: confirmar a morte, organizar o funeral e coordenar o processo de luto. Seu corpo será transferido para a Basílica de São Pedro para que os fiéis possam prestar suas homenagens, e o funeral será realizado na Praça de São Pedro. Francisco, em seu estilo modesto, será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, não no Vaticano. Enquanto isso, o conclave está sendo preparado para eleger o novo Papa, seguindo os protocolos estabelecidos pela Igreja.

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