VÍDEO – Alunos de escola particular protestam em shopping após caso de racismo

Alunos do Colégio Equipe em protesto no Shopping Pátio Higienópolis. Foto: Deslange Paiva/G1

Dezenas de estudantes, pais e professores do Colégio Equipe, tradicional escola particular de São Paulo, realizaram um protesto nesta quarta-feira (23) contra uma abordagem racista ocorrida no Shopping Pátio Higienópolis, na Zona Oeste da capital. O ato começou em frente ao colégio e seguiu até o estabelecimento comercial, com cartazes e bandeiras contra o racismo estrutural.

O protesto foi motivado por um episódio ocorrido na semana passada, quando uma segurança do shopping abordou uma adolescente branca para perguntar se dois colegas negros, de 11 e 12 anos, estariam “incomodando e pedindo dinheiro”. As crianças, que estudam na mesma escola, estavam almoçando na praça de alimentação antes das aulas.

O professor Diego Penã Castellon, que presenciou a cena, relatou ao G1: “De repente, eu percebo que uma segurança está conversando de maneira séria com algumas alunas minhas. Entre elas, uma aluna negra do oitavo ano, e fiquei preocupado e larguei meu almoço e fui lá. Eu ouvi a segurança falando que não pode pedir dinheiro no shopping e as alunas argumentavam ‘mas moço, ele tá chorando. Ninguém pediu dinheiro. O que que tá acontecendo?’”.

As famílias das crianças negras relataram o trauma causado pelo episódio. Leni Pires das Mercês, mãe de uma das estudantes, contou: “Conversei com a minha filha, ela chorou muito. Eu acho muito triste que isso aconteça em pleno 2025 com qualquer pessoa e com a minha filha. Foi muito triste. É muito violento”.

O Pátio Higienópolis emitiu nota lamentando o ocorrido e afirmou que está em contato com as famílias. O estabelecimento também informou que oferece treinamento para os funcionários. Enquanto isso, as famílias registraram boletim de ocorrência e consultaram advogados.

“Eles estão abalados. Fizemos um boletim de ocorrência e falamos com advogados. Nos próximos momentos tentaremos tomar todas as medidas cabíveis pra gente levar isso pra frente e ter o mínimo de justiça possível. Todo mundo merece o mínimo de respeito e ali não foi oferecido”, informou o irmão de uma das vítimas.

O Colégio Equipe ainda afirmou que estava prevista naquele dia, para os alunos envolvidos no caso, uma aula sobre letramento racial e condutas antirracistas. A orientadora educacional Iza Cortada, que ministraria a atividade, destacou a necessidade de reparação: “Esses alunos precisam perceber que esses atos precisam parar. Eles precisam acreditar que terão o direito de ir e vir”.

Este não é o primeiro caso de racismo registrado no shopping. Em 2022, adolescentes denunciaram perseguição por seguranças em uma loja de eletrodomésticos do estabelecimento. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que tomará as medidas cabíveis diante dos novos fatos.

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