Ibovespa fecha em alta com bom humor externo e JBS em destaque

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, superando os 133 mil pontos no melhor momento, beneficiado pelo apetite a risco no exterior, em meio a esperanças de alívio na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e recuo do presidente Donald Trump quanto às ameaças de demitir o titular do Federal Reserve.

Na cena corporativa, o destaque ficou para JBS (JBSS3), que disparou, renovando máximas históricas, após obter aprovação do regulador norte-americano para dupla listagem de suas ações e convocar assembleia para votar o plano, que analistas avaliam ser capaz de destravar valor significativo para o papel.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,34%, a 132.216,07 pontos, tendo marcado 133.318,04 pontos na máxima e 130.467,91 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somava R$25,07 bilhões.

Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 1,67%.

A perspectiva de melhora nas negociações entre Washington e Pequim envolvendo as tarifas e retaliações entre ambos os países teve como suporte uma reportagem do Wall Street Journal, citando um alto funcionário da Casa Branca que disse que as tarifas dos EUA sobre a China provavelmente cairiam para algo entre 50% e 60%.

Na sequência, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse acreditar que as tarifas excessivamente altas entre os EUA e a China terão que ser reduzidas para que as negociações comerciais possam avançar. Ele, porém, disse que não há previsão para o início das conversas com a China.

Na véspera, Trump já havia afirmado que seria muito simpático nas negociações com Pequim e que as tarifas sobre as importações do país cairiam significativamente após um acordo.

O noticiário envolvendo a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo reforçou o tom otimista já presente nos mercados após Trump declarar na terça-feira que não tem intenção de demitir o chair do Fed, um recuo após dias de críticas a Jerome Powell por não ter reduzido os juros.

De acordo com o analista de investimentos Alison Correia, sócio-fundador da Dom Investimentos, o imbróglio envolvendo as críticas e ameaças de Trump a Powell estressou os mercados. “Quando ele começa a ceder, com discurso mais calmo, a temperatura muda”, afirmou.

Correia ponderou que “ainda tem chão para Trump aprontar”, que não se sabe qual vai ser o próximo passo dele. “Mas esse Trump mais soft…está acalmando os mercados.”

DESTAQUES

– JBS ON avançou 6,38%, renovando máximas históricas, após a SEC, que regula o mercado de capitais norte-americano, aprovar o pedido de dupla listagem das ações da maior produtora de carnes do mundo. A operação, que busca listar os papéis nos EUA e no Brasil, também depende da aprovação da contraparte brasileira, a CVM. A companhia convocou para 23 de maio assembleia extraordinária de acionistas sobre o plano. Se aprovado, a companhia estima o início da oferta das ações no mercado norte-americano a partir de junho.

– EMBRAER ON valorizou-se 3,53%, com agentes financeiros analisando dados divulgados na noite da véspera pela fabricante de aviões mostrando que a sua carteira de pedidos somou US$26,4 bilhões ao final do primeiro trimestre, crescimento de 25% sobre o valor apurado um ano antes e praticamente estável ante o final de 2024. A carteira de aviação comercial, principal segmento de negócios da Embraer, porém, somou US$10 bilhões, 10% abaixo do primeiro trimestre de 2024 e 2% menor que no quarto trimestre do ano passado.

– BRADESCO PN subiu 3,3%, puxando o desempenho positivo dos bancos no Ibovespa, seguido por BTG PACTUAL UNIT, que fechou em alta de 2,2%, ITAÚ UNIBANCO PN, que terminou com valorização de 2,1%, BANCO DO BRASIL ON, que encerrou com acréscimo de 0,94%, e SANTANDER BRASIL UNIT, que apurou variação positiva de 0,52%. A unidade do banco espanhol Santander abre a temporada de balanços desses bancos na próxima semana.

– VALE ON fechou com elevação de 1,19%, beneficiada pelo movimento dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiu 2,11%, terminando as negociações do dia em 727,5 iuanes (US$99,73) a tonelada. No setor USIMINAS PNA, que divulga balanço do primeiro trimestre de 2025 antes da abertura da bolsa na quinta-feira, subiu 6,3%, CSN MINERAÇÃO ON ganhou 5,75%, CSN ON avançou 3,16% e GERDAU PN valorizou-se 1,14%.

– HYPERA ON terminou com alta de 2,24% antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2025, após o fechamento do mercado. Analistas do JPMorgan afirmaram nessa semana que, embora não vejam o resultado do primeiro trimestre como um catalisador para as ações, a fala da administração em torno da potencial conclusão do plano de otimização do capital de giro e uma perspectiva melhor podem ser um gatilho positivo. A equipe do JPMorgan estima Ebitda ajustado negativo de R$143 milhões no primeiro trimestre para a Hypera.

– PETROBRAS PN recuou 1,13%, sucumbindo à fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com declínio de 1,96%. Na máxima, mais cedo, as ações ON da estatal chegaram a R$31,78 (+2,78%). No setor de óleo e gás, PRIO ON caiu 3,26%, PETRORECONCAVO ON cedeu 2,6% e BRAVA ENERGIA ON encerrou em baixa de 0,64%.

– COGNA ON perdeu 8,08% e YDUQS ON caiu 5,5%, em sessão de ajustes, após forte valorização recente. No mês, até a véspera, Cogna acumulava valorização de 24,4% e Yduqs contabilizava alta de 27,73%.

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