A XP Investimentos avalia em relatório que os resultados divulgados por concorrentes globais da fabricante de equipamentos elétricos WEG (WEGE3) — ABB, Siemens Energy e GE Vernova — reforçam um cenário favorável de preços para produtos voltados à transição energética, com destaque para o segmento de Transmissão e Distribuição (T&D).
No curto prazo, os analistas apontam em relatório para o impacto do mix de produtos nas margens da companhia, com expectativa de uma composição menos favorável no 1T25 (primeiro trimestre de 2025) — sobretudo se a recuperação das receitas com itens ligados à energia solar se mantiver, o que ainda assim contribui positivamente para o lucro.
Apesar do cenário global mais incerto, com guerra comercial e volatilidade cambial, a XP continua vendo uma combinação favorável entre crescimento e retorno para a WEG, reiterando sua visão positiva e recomendação de compra.
A XP Investimentos vê a ABB como uma das empresas com maior sobreposição de portfólio com a WEG, embora não necessariamente em transformadores, após a venda da divisão Power Grids da ABB para a Hitachi. A anunciada cisão da unidade de Robótica da ABB (prevista para o 2T26) pode intensificar ainda mais essa sobreposição.
Ao analisar os desempenhos das divisões de eletrificação e motores, a expansão contínua de margens se destaca como principal ponto positivo.
Segundo o relatório, os pedidos comparáveis de motores caíram 4% na comparação anual, embora os produtos de ciclo curto tenham apresentado desempenho ligeiramente melhor.
A empresa registrou receitas estáveis com esses produtos e crescimento mais significativo nos de ciclo longo, com receitas comparáveis crescendo 3% na base anual. A margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) subiu para 19,6%, sustentada por um ambiente de preços favorável e ganhos de eficiência operacional.
Já no segmento de eletrificação, a ABB destacou atividade positiva nos segmentos de Utilities e Construção, enquanto o sentimento no setor de data centers segue forte. As receitas comparáveis cresceram 6% na base anual, refletindo maior volume, com margens subindo 0,8 ponto percentual (p.p.) para 23,2%, impulsionadas por alavancagem operacional.
A Siemens Energy, por sua vez, divulgou seus resultados preliminares para janeiro-março, com pedidos comparáveis crescendo 52% na base anual e receitas 20% na comparação ano a ano. No segmento de Grid Technologies (mais comparável à área de T&D da WEG), os pedidos aumentaram 41% no ano, com margens de 19,9% contra expectativa de 14,2% e revisão positiva do guidance para o ano fiscal de 2025, incluindo crescimento e rentabilidade — o que levou as ações a subirem 14% nos dias seguintes.
Na quarta-feira, a GE Vernova também divulgou os resultados do 1T25, superando as estimativas de lucro por ação (EPS) do consenso em 25%, segundo a Visible Alpha. No segmento de eletrificação, a empresa destacou a forte demanda contínua por equipamentos de rede, especialmente na América do Norte e Ásia.
Os pedidos se mantiveram sobre uma base de comparação elevada (devido a um pedido robusto de HVDC no 1T24), e o ambiente favorável foi refletido no book-to-bill (índice de pedidos) de 1,8 vez. As receitas comparáveis cresceram organicamente 18%, lideradas pelas soluções de rede (Grid solutions), com margem Ebitda de 11,4% no segmento (alta 7,4 p.p. na base anual).
A WEG divulgará seus resultados do 1T25 no dia 30 de abril, antes da abertura do mercado.
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