
O secretário de Segurança de Ribeirão Pires (SP), Sandro Torres Amante, pediu demissão do cargo na quarta-feira (23), uma semana após a revelação de que ele foi condenado a 2 anos e 11 meses de prisão por envolvimento em furtos a açougues na cidade da Grande São Paulo, em 2018. A carta de desligamento foi protocolada na quinta-feira (24), na qual Amante afirma ser inocente e diz que deixa o cargo para ‘preservar a imagem da Guarda Municipal.”
O pedido de demissão ocorreu mesmo após o prefeito Guto Volpi (PL) ter inicialmente declarado confiança no secretário. Com a saída, a pasta será comandada por Arlei Capoccio, guarda civil desde 2022. A prefeitura já havia afastado o então inspetor-chefe da GCM, Filipe Murilo Silva, que foi substituído por Fernando Belchior Dias, ex-subcomandante da corporação.

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Condenação
O crime ocorreu na madrugada de 18 de junho de 2018, quando Sandro era subcomandante da Guarda Civil Municipal. Segundo o Ministério Público, ele e outros dois homens — Gutembergue Martins Silva e Marcelo Cruz Dallavali — invadiram dois açougues no centro da cidade, localizados a poucos metros um do outro, e levaram R$ 28 mil em espécie e 57 kg de carne, além de equipamentos como câmeras de segurança e cofres.
As imagens de vigilância, recolocadas no enquadramento por um funcionário que retornava do intervalo, flagraram os acusados dividindo a mercadoria furtada. Antes da ação, as câmeras haviam sido propositalmente redirecionadas para fora do campo de visão. A investigação também identificou que os suspeitos criaram uma falsa denúncia para mobilizar o efetivo da GCM e da PM para outro ponto da cidade, facilitando a prática do crime.
A Justiça determinou a perda dos cargos públicos de Sandro e Gutembergue, mas ambos recorrem da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Suspeita de milícia e extorsão
As acusações contra Amante não se limitam ao furto. O Ministério Público apontou que ele faria parte de uma milícia formada por integrantes da GCM, que teria atuado entre 2019 e 2023, cometendo extorsões, furtos e corrupção.
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o grupo usava a estrutura da GCM para acobertar crimes, deslocar câmeras de segurança da prefeitura e intimidar comerciantes locais. Em depoimentos sigilosos, testemunhas relataram que os agentes ofereciam proteção a empresários da cidade — para evitar que eles se tornassem alvos do grupo.
Embora a Justiça tenha rejeitado a denúncia por organização miliciana, as investigações continuam em curso. O MP também apura se Sandro teria recebido propina de traficantes em outras ocasiões, com base em novas evidências apresentadas por denunciantes.
Enquanto isso, Gutembergue Martins Silva, também condenado no caso dos furtos, permanece como guarda civil e continua recebendo salário, mesmo afastado de suas funções.
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