
A Vale (VALE3) divulgou o balanço do primeiro trimestre do ano (1T25). Guilherme Nippes, analista de mineração da XP, participou nesta sexta (25) do programa Morning Call da XP e disse que na parte de minério de ferro da companhia o grande destaque foi a queda dos custos.
Mas a redução do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado para US$ 2,9 bilhões, representando queda de 17% na comparação anual, também chamou a atenção.
“A receita caiu ano contra ano e o destaque vai para o preço do minério de ferro, que teve queda de 16% na comparação anual”, disse. “O balanço (do 1T25) veio neutro, mas obviamente tem que acompanhar os preços do minério de ferro, que no contexto de resultado assim pode impactar mais”, comentou.
Na comparação do 1T25 com o último trimestre do ano passado, a queda do Ebidta chegou a 28%, mas Nippes ressalta que tem a questão da sazonalidade. No primeiro trimestre do ano é mais fraco de volumes devido às chuvas no Sistema Norte, em Carajás (PA), e em Minas Gerais, onde estão as minas da Vale.
Resultado em linha
A XP considera que o resultado da Vale no 1T25 veio em linha com as expectativas. “Mas quando a gente olha os custos, ele foi o grande destaque positivo”, disse.
“O custo C1, que é diretamente relacionado a produção de minério, veio próximo de US$ 21 por tonelada”, destacou, dizendo que o valor reitera o guidance da mineradora nesse item. “A gente viu também uma queda do preço de frete, observando os indicadores internacionais”, acrescentou.
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Na parte de metais básicos, o analista aponta que os números vieram acima do que se esperava, tanto em cobre como em níquel. “Níquel ainda sofre com preço baixo, mas vê melhora de performance”, disse.
Já a dívida líquida expandida, que tem meta entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, veio próxima de US$ 18 bilhões. “É um aumento sequencial (na comparação trimestral) muito puxado pelo pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio que aconteceu ao longo do primeiro trimestre”, afirmou Nippes.
“Lembramos que essa meta é utilizada para base para pagamentos de dividendos. Se tiver muito próximo do limite, acaba que tem menos espaço para pagamento de dividendos”, ressaltou. Mas ele complementou que a dívida da companhia tende a diminuir ao longo do ano devido aumento de produção.
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