
O funeral do papa Francisco, realizado neste sábado (26) no Vaticano, reuniu uma das maiores concentrações de líderes globais dos últimos anos, com a presença de 166 delegações de países e entidades, incluindo 50 chefes de Estado e dez monarcas em exercício. A cerimônia transformou-se em um momento único de diplomacia internacional, com encontros e simbolismos que marcaram o adeus ao pontífice que liderou a Igreja Católica por 11 anos.
Entre as presenças mais destacadas estavam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder ucraniano Volodimir Zelenski, que mantiveram uma conversa “muito produtiva” antes da missa, segundo a Casa Branca. O diálogo ocorreu em meio às tensões da guerra na Ucrânia e às recentes negociações de paz mediadas pelos EUA.
Os dois dividiram a primeira fila do espaço reservado a autoridades com outros presidentes como Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Emmanuel Macron (França) e Javier Milei (Argentina).
A organização dos assentos seguiu rigoroso protocolo diplomático, com o francês como idioma base para a ordem alfabética – uma tradição herdada das convenções internacionais. Os Estados Unidos, por exemplo, foram posicionados como “États-Unis d’Amérique”, colocando Trump e a primeira-dama Melania próximos ao casal presidencial francês, Emmanuel e Brigitte Macron.
O presidente argentino Javier Milei, que havia feito duras críticas ao Papa Francisco no passado, ocupou lugar de destaque na primeira fila após um gesto de reconciliação.
“Pedimos perdão ao papa por nossos erros de juventude”, declarou Milei, referindo-se às críticas anteriores. Ao seu lado estavam a secretária-geral da presidência argentina, Karina Milei (sua irmã), e o presidente italiano Sergio Mattarella com sua filha.

As famílias reais também tiveram lugar privilegiado, com a presença dos reis da Espanha (Felipe e Letízia), Bélgica (Philippe e Mathilde) e outros monarcas europeus. O rei Charles III do Reino Unido, que está em tratamento de câncer, foi representado por seu filho, o príncipe William, que ficou ao lado de Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha.
A comitiva brasileira
O presidente Lula e a primeira-dama Janja sentaram-se a cerca de 15 cadeiras de Donald Trump, ainda na primeira fila. A delegação brasileira incluiu ainda os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos), além do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do assessor especial Celso Amorim.
Outros líderes presentes incluíram a presidente da Índia, Draupadi Murmu, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, o ex-presidente americano Joe Biden e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O funeral marcou não apenas a despedida de um dos papas mais populares da história recente, mas também um raro momento de convergência diplomática em meio às tensões geopolíticas globais.
A cerimônia, transmitida para milhões de fiéis em todo o mundo, encerrou-se com o sepultamento de Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore, onde seu túmulo será aberto à visitação pública a partir de domingo (27).

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