
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou na terça-feira (29) os 100 primeiros dias de seu segundo mandato com um comício em Warren, Michigan, marcado por críticas ao Judiciário, ataques a adversários políticos e promessas econômicas, com forte tom de campanha.
Discursando por cerca de 90 minutos, Trump afirmou que vive “o início mais bem-sucedido de qualquer administração na história do país”. Em tom desafiador, reagiu às decisões judiciais que têm barrado sua política de deportações: “Nada vai me parar na missão de manter os Estados Unidos seguros novamente”.
A celebração ocorre em um momento de desgaste político: sua taxa de aprovação caiu de 47% em janeiro para 42% em abril, segundo pesquisa Reuters/Ipsos. O desempenho econômico também sofre críticas, com apenas 36% dos americanos aprovando sua gestão na área, e economistas alertando para o risco de recessão.

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Críticas ao Judiciário e falas anti-imigração
Trump acusou “juízes comunistas e da esquerda radical” de obstruir a aplicação das leis, em referência ao uso de uma lei de 1798 que autoriza a deportação de cidadãos de países inimigos em tempos de guerra. Ele defendeu a utilização da norma para remover do país supostos membros de gangues estrangeiras.
Trump exibiu no telão do comício uma montagem com supostos imigrantes venezuelanos sendo transportados a uma prisão de segurança máxima em El Salvador, onde apareciam sendo raspados e escoltados por guardas. A exibição foi acompanhada por trilha sonora dramática e aplausos do público.
A política migratória tem sido uma das frentes mais enfatizadas pela Casa Branca. Apesar disso, pesquisas indicam que metade da população considera que Trump tem ido “longe demais” nas deportações.
Promessas econômicas e ataque ao Fed
Trump também exaltou sua agenda econômica, prometendo “as maiores reduções de impostos da história dos EUA” e afirmando que o país vive “um desempenho melhor agora” do que durante seu primeiro mandato. Analistas orçamentários alertam que os cortes propostos podem elevar ainda mais a dívida pública, que já ultrapassa US$ 36,6 trilhões.
Trump também renovou críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, acusando-o de não agir de forma eficaz para reduzir juros e acelerar o crescimento econômico. Trump ainda culpou a postura do banco central pelos efeitos persistentes da inflação.
Ataques a Biden
Trump também prometeu investir US$ 1 trilhão na defesa nacional e foi acompanhado no evento por soldados e autoridades como o secretário de Defesa Pete Hegseth. Ao final do discurso, o presidente provocou sua base ao perguntar qual apelido preferiam usar para Joe Biden.
O comício reforçou o clima de campanha permanente que tem marcado a gestão de Trump, com banners como “The Golden Age” (Era de Ouro) e gritos de “USA! USA!”.
(com Reuters)
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