O mercado acionário dos Estados Unidos registrou forte queda nesta quarta-feira (30) após a divulgação de dados econômicos que indicam desaceleração da economia no início do mandato do presidente Donald Trump. O Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,3% no primeiro trimestre, revertendo o crescimento de 2,4% registrado no último trimestre de 2024, e abaixo do consenso de crescimento de 0,3%.
Às 11h35, o índice Dow Jones caía 1,17%, o S&P 500 recuava 1,46% e o Nasdaq registrava perda de 2,27%. O índice de volatilidade Cboe (VIX), termômetro do nervosismo dos investidores, avançava no dia.
O recuo do PIB foi impulsionado por um aumento expressivo de 41% nas importações, com empresas antecipando compras antes da imposição de tarifas anunciadas por Trump em abril. O consumo das famílias também desacelerou e os gastos do governo diminuíram, afetados pelos cortes promovidos por Elon Musk.
Outro indicador reforçou a percepção de enfraquecimento da economia. O relatório da ADP mostrou que a criação de empregos no setor privado em abril foi de apenas 62 mil vagas, quase metade da expectativa de 120 mil projetada por analistas consultados pela Dow Jones. Foi o ritmo mais lento em nove meses.
A queda nos mercados interrompeu uma recuperação observada ao longo de abril, após perdas provocadas pelo anúncio de tarifas. O S&P 500 chegou a cair mais de 11% no mês antes de recuperar parte das perdas. Na véspera, as bolsas haviam fechado em alta com expectativas de acordo comercial, após declarações do secretário de Comércio, Howard Lutnick, e do próprio Trump sobre avanços nas negociações com a Índia.
No entanto, a piora dos dados econômicos trouxe de volta o pessimismo. Em postagem na rede Truth Social, Trump atribuiu o desempenho ao antecessor, Joe Biden, e negou influência das tarifas.
“Isso vai levar um tempo, não tem nada a ver com tarifas, apenas que ele [Biden] nos deixou com números ruins, mas quando o boom começar, será como nenhum outro. Sejam pacientes!!!” escreveu Trump.
“As tarifas começarão a valer em breve, e as empresas estão começando a se mudar para os EUA em números recordes. Nosso país vai prosperar, mas precisamos nos livrar do ‘excesso’ de Biden”, afirmou.
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