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Nesta quinta-feira, 1º de maio, Bento Gonçalves relembra o dia mais doloroso de sua história recente. Há exato um ano, em 1º de maio de 2024, o interior do município foi devastado por enchentes e deslizamentos de terra que deixaram 13 mortos e quatro desaparecidos. A data agora é marcada por homenagens, memória e a reafirmação da esperança.
A comunidade de Faria Lemos, uma das mais afetadas, se reuniu logo pela manhã para uma caminhada solidária de seis quilômetros. O percurso vai até a Linha Imaculada, local onde 80 moradores ficaram ilhados em meio ao caos provocado pelos deslizamentos. A caminhada, segundo os organizadores, não tem caráter comemorativo, mas serve para lembrar que, apesar da tragédia, a vida continua e a reconstrução é possível.
O salão comunitário de Nossa Senhora do Rosário, que em 2024 funcionou como centro de abrigo e base de operações de resgate, voltou a ser ponto de encontro nesta quinta. Em frente ao prédio, foi plantado um plátano como símbolo de resistência. Duas placas também foram inauguradas em homenagem aos voluntários que atuaram nos resgates e na reestruturação das localidades.

Às 15h, a Igreja Nossa Senhora do Rosário sediará uma missa em homenagem às vítimas da tragédia. Na sequência, a Prefeitura de Bento Gonçalves fará a entrega oficial de um monumento aos voluntários. A iniciativa destaca a atuação de civis e profissionais que, em meio ao cenário de destruição, uniram forças para salvar vidas e minimizar os danos.
O movimento Unidos Por Bento também marcará a data com a entrega de dois monumentos — um em Faria Lemos e outro em Tuiuty. O grupo reúne diversas entidades, entre elas o CIC-BG, CDL-BG, OAB, Aprovale, SEGH, Sindibento, além de empresas e voluntários anônimos.
Em maio de 2024, as chuvas atingiram intensamente o interior do município, provocando uma série de enxurradas e deslizamentos. Casas foram arrastadas, estradas desapareceram e comunidades inteiras ficaram isoladas. O episódio marcou não apenas a geografia da região, mas também a memória coletiva dos moradores.
Neste 1º de maio, Bento Gonçalves transforma a dor em homenagem e a lembrança em força. A solidariedade que emergiu dos escombros segue viva, mostrando que, mesmo diante da destruição, é possível reconstruir — com união e respeito à vida.