A Praça Clodesmidt Riani, localizada no Centro de Juiz de Fora, ao lado do Santa Cruz Shopping, foi reinaugurada na manhã desta quinta-feira (1°), Dia do Trabalhador, após a relaização de obras de reforma ao longo do último ano. A cerimônia contou com a presença da prefeita Margarida Salomão (PT), do filho do homenageado, Orlandismidt Riani, e de vereadores e outras autoridades.
Em entrevista à Tribuna, Margarida celebrou a inauguração e relembrou a trajetória de Riani. “É um dos maiores juiz-foranos que devemos celebrar. Uma pessoa que sofreu muito com o golpe militar, mas manteve a dignidade e a capacidade de se referenciar na sociedade e se eleger deputado no processo de redemocratização. Deixou um legado extraordinário para a classe trabalhadora. Representou com dignidade, heroísmo e competência. Hoje, no Dia do Trabalhador, era o melhor dia possível para isso.”
Para Orlandismidt Riani, a homenagem crava a relevância do pai na cidade. “Tínhamos receio de que o que meu pai fez pelo trabalhador ficasse apagado. Um lugar público é tudo, é onde as pessoas convivem, ainda mais no Centro. Para nós da família, é muita gratidão pelo povo de Juiz de Fora. Muita emoção e felicidade em eternizar o nome dele.”
Conforme a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o projeto de reforma da antiga Praça do Riachuelo busca a criação de um espaço mais amplo e acessível à população. O projeto incluiu reforma dos canteiros, troca de piso, nova iluminação, revitalização dos monumentos e construção de banheiros.
Etapas da obra
As intervenções no local tiveram início em maio do ano passado, após autorização concedida pela Caixa Econômica Federal, já que os recursos aplicados na obra são, em parte, de origem federal. Meses antes, em novembro de 2023, tapumes já haviam sido instalados ao redor da praça para garantir a segurança dos pedestres e a preservação do espaço durante a execução do projeto.
Em comunicado feito em janeiro deste ano, a Secretaria de Obras da PJF informou que a conclusão da reforma e a entrega oficial da nova praça estavam previstas para o primeiro semestre de 2025, integrando a programação comemorativa dos cem dias de gestão da atual administração municipal.
Orçada em R$ 1.442.568,94, a obra foi executada pela empresa Martins Construção Civil e Ambiental Ltda., selecionada por meio de processo licitatório. O financiamento foi viabilizado por uma emenda parlamentar destinada ao município pelo deputado Charlles Evangelista – que não esteve na cerimônia por motivos de trabalho – e complementada com recursos próprios da Prefeitura de Juiz de Fora. O prazo estipulado para a finalização dos serviços era de até 12 meses.
Quem foi Clodesmidt Riani
Natural de Rio Casca, distante 350 quilômetros, Clodesmidt Riani foi criado em Juiz de Fora desde os 6 anos. Teve 17 irmãos, dez filhos, 20 netos e 25 bisnetos.
Eleito deputado estadual para quatro mandatos (de 1955 a 1967 e de 1983 a 1987), teve o mandato cassado em 1964 pela ditadura militar, imposta naquele mesmo ano. Após revisão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, manteve o título de forma vitalícia.
Riani contribuiu diretamente para a implementação da Lei Orgânica da Previdência Social, a garantia do 13º salário e do salário família, o estatuto do trabalhador rural, o direito de greve, a reforma agrária, a regulamentação da aposentadoria especial para trabalhos penosos, perigosos e periculosos, dentre outras conquistas.
Ele também foi presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias (CNTI) e do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), tendo liderado mais de 700 mil trabalhadores industriais.
Em Juiz de Fora, trouxe figuras políticas importantes para a cidade durante movimentações para angariar recursos para o município. No início da década de 1950, em diálogo com o então governador Juscelino Kubitschek, conseguiu um repasse que garantiu a construção de centenas de casas populares nos bairros JK e Costa Carvalho, além da abertura de lotes no Santa Terezinha.
O político também teve papel na construção das avenidas Brasil e Itamar Franco (à época, Avenida Independência), do reservatório de Chapéu d’Uvas, do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários em Juiz de Fora (que hoje é o PAM-Marechal) e do Colégio Técnico Universitário (CTU) – que se tornou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG).
*Sob supervisão da editora Gracielle Nocelli
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