
As ações da PRIO (PRIO3) subiu 8,07%, a R$ 36,43, após a petroleira anunciar, nesta quinta-feira (2), a aquisição de 60% do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, por US$ 3,35 bilhões. A operação marca um novo passo na expansão da companhia e está sendo bem recebida por analistas de mercado, com projeções otimistas para os ganhos futuros da empresa. Após a aquisição, a PRIO será uma das maiores produtoras de petróleo do Brasil após aquisição de US$3,5 bi
Segundo o Bradesco BBI, a aquisição está dividida em duas partes: US$ 2,399 bilhões por 40%, com o direito de operar o campo, e outros US$ 950 milhões pelos 20% restantes. Parte do valor — US$ 166 milhões — dependerá do desfecho da negociação dos 20% restantes que estavam nas mãos da Equinor e podem já ter sido negociados com outra empresa.
Se a Equinor de fato vender essa fatia a terceiros, o valor final pago pela PRIO pode ser reduzido. A base da avaliação é 1º de janeiro de 2024, e o montante será corrigido por juros, com limite de US$ 150 milhões.
Os analistas do Bradesco BBI calculam que, considerando a geração de caixa do campo e os ajustes de pagamento, o valor final desembolsado pela PRIO pode cair para US$ 2,45 bilhões. Eles projetam que, se a petroleira conseguir cortar pela metade o custo operacional anual do campo — hoje em torno de US$ 500 milhões —, o valor do ativo pode subir de US$ 5,4 bilhões para US$ 5,8 bilhões, representando um ganho potencial de até R$ 4,70 por ação (alta de 14%).
A XP Investimentos avalia que a aquisição tem potencial de adicionar entre R$ 3 e R$ 5 por ação no valor patrimonial da empresa, dependendo do desempenho do Brent e de outras variáveis operacionais. Isso representa um potencial de valorização entre 9% e 15% nos preços atuais. A taxa interna de retorno (TIR) estimada ao Brent de US$ 60/barril é de 18%.
Na avaliação da XP, a compra se encaixa no perfil típico de ativos buscados pela PRIO, principalmente por sua proximidade com o cluster TBMT + Polvo, que se refere ao conjunto de ativos operacionais da PRIO na Bacia de Campos, formado por três campos de petróleo interligados: Tubarão Martelo (TBMT), Polvo e agora também o campo de Peregrino, o que pode favorecer ganhos operacionais.
A corretora estima que, mesmo num cenário de Brent médio a US$ 70 por barril, a empresa alcançaria equilíbrio no fluxo de caixa já em 2026, incluindo os pagamentos pela aquisição. Para 2027, o rendimento do fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE yield) pode ultrapassar 50% ao ano.
O Bradesco BBI chama atenção para outro ponto: o debate interno entre reinvestir os lucros ou distribuí-los como dividendos. Pelas contas dos analistas, se a empresa optasse por distribuir os recursos da aquisição em dividendos e os acionistas investissem esse valor no CDI (após impostos), o retorno seria próximo a US$ 290 milhões por ano.
Já o lucro estimado de Peregrino, com o Brent a US$ 64, seria de US$ 300 milhões ao ano. A diferença entre aplicar no ativo e deixar o dinheiro rendendo no CDI é pequena no curto prazo, mas tende a se ampliar com o tempo a favor da companhia, especialmente se houver eficiência na redução de custos operacionais.
O campo de Peregrino começou a produzir em 2011, com pico de 100 mil barris por dia, e atualmente opera com cerca de 95 mil barris diários. Após uma parada entre 2020 e 2022 para modernização, iniciou a segunda fase de desenvolvimento, com previsão de perfuração de novos poços e a instalação de uma nova plataforma com capacidade de 60 mil barris/dia.
Crescimento e recomendação
Analistas veem a operação como uma aposta estruturada da PRIO para manter sua trajetória de crescimento. A companhia já havia adquirido 40% do campo no ano passado por US$ 1,9 bilhão, e agora assume o controle total do ativo.
Para o Bradesco BBI, essa é uma forma eficiente de geração de valor que não depende unicamente das flutuações do preço do petróleo, o que reforça a posição da PRIO como uma das principais recomendações da corretora, ao lado de Vibra (preço-alvo de R$ 30) e Petrobras (US$ 14).
O banco reiterou a recomendação outperform (equivalente a compra) para as ações da PRIO3. O preço-alvo foi mantido em R$ 49, o que implica um potencial de valorização frente à cotação atual.
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