Phillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, é apontado pela polícia como um dos principais líderes do Comando Vermelho e comanda a compra de armas e drogas de dentro do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Sem sair da comunidade há cinco anos por medo de ser preso, o traficante construiu em sua residência uma estrutura que inclui consultório odontológico, espaço para implante capilar, lipoaspiração e até uma piscina com hidromassagem.
O histórico de Phillip no crime começou há mais de uma década. Em 2012, ele foi preso em flagrante com comprovantes de depósitos bancários ligados ao tráfico da favela Nova Brasília. Em 2015, foi novamente detido em um sítio usado como entreposto de drogas e armas, onde a PF apreendeu 100 kg de cocaína. Interceptações telefônicas mostraram que, em duas semanas, ele movimentou cerca de R$ 1 milhão em negócios ilícitos.
Após fugir do sistema prisional em 2018, “Professor” passou a ganhar prestígio dentro da facção. Segundo investigadores, ele é hoje uma figura central nas negociações do Comando Vermelho e já é comparado a Fernandinho Beira-Mar. Diferente de outros traficantes que se mantêm nos bastidores, Phillip tem participado ativamente de confrontos com a polícia, inclusive sendo visto portando armas pesadas nas ruas.
Sua influência é tamanha que fuzis com o nome “Professor” circulam entre criminosos e chamaram a atenção das forças de segurança. Em uma conversa interceptada, ele comemora a ampliação de sua casa, com direito a nova laje, piscina e hidro. Além disso, o criminoso recebeu atendimento médico domiciliar, passou por cirurgia para remoção de estilhaços da cabeça e realizou procedimentos estéticos.
Paralelamente à sua atuação violenta e à ostentação, Professor adota uma postura assistencialista dentro da comunidade. Ele financia festas, distribui brinquedos em datas comemorativas e ajuda moradores com medicamentos. Essa estratégia fortalece sua imagem como líder local e dificulta a ação da polícia em regiões sob domínio do Comando Vermelho.
As autoridades afirmam que ele também mantém um esquema de propina com policiais para evitar operações nas áreas que controla. Ainda assim, há registros de queixas do próprio traficante sobre a quebra desses acordos. A Polícia Federal segue monitorando suas atividades e reforça que, apesar do luxo e influência, Phillip da Silva Gregório é um dos criminosos mais procurados do Rio.
