Nintendo entra com processo contra emulador do Switch

Foto de uma mão segurando um Nintendo Switch
Nintendo diz que Yuzu ampliou pirataria do Zelda: Tears of the Kingdom e chamou devs para o processinho (Imagem: Lupa Charleaux/Tecnoblog)

A Nintendo of America, divisão da companhia japonesa nos Estados Unidos, entrou com um processo contra os desenvolvedores do Yuzu, um emulador de Nintendo Switch. A empresa de games acusa os criadores do emulador de violar sua propriedade intelectual. Para a Nintendo, mesmo que os usuários tenham o jogo físico ao jogar no Yuzu, o programa também estimula a pirataria.

No processo, a Nintendo destaca o papel do Yuzu no compartilhamento ilegal do The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom (também conhecido como Zelda TOTK). O jogo vazou uma semana antes do lançamento, o que gerou uma enxurrada de gameplays, spoilers e downloads da build antes da estreia do game, cujo lançamento oficial foi no dia 12 de maio de 2023. A japonesa culpa o emulador por potencializar a pirataria do Zelda TOTK — a Nintendo revela que 1 milhão de cópias foram baixadas ilegalmente.

Nintendo processa criadores de emulador

Nintendo Switch Lite (Imagem: Lucas Lima/Tecnoblog)
Nintendo quer que os seus jogos do Switch fiquem no Switch e ponto final (Imagem: Lucas Lima/Tecnoblog)

No processo, a Nintendo pede o pagamento de danos de US$ 2.500 (R$ 12.400) por cada violação dos artigos sobre distribuição ilegal da DMCA (lei americana de proteção de direitos autorais), incluindo a violação do sistema que bloqueia a execução de jogos em outros dispositivos — existem pelo menos 40 jogos disponíveis para o Yuzu. A empresa japonesa pede mais US$ 150.000 (R$ 742.860,00) por cada violação de direito autoral.

Os valores podem soar absurdos, ainda mais que para uma empresa que espera lucrar US$ 2,97 bilhões (R$ 14,7 bilhões) no primeiro trimestre de 2024. Porém, a estratégia da Nintendo pode ser outra: vencer (ou melhor, destruir), a Yuzu pelo cansaço.

A justiça americana não considera emulação ilegal, desde que o programa seja desenvolvido por conta própria, através de engenharia reversa. Isso foi decidido ainda no início no ano 2000, quando a Sony processou a Bleem pelo seu emulador de PS1.

Até onde se sabe, os devs não utilizaram nenhum código do Switch para lançar o Yuzu. A principal acusação da Nintendo será provar que os criadores do emulador o desenvolveram com o objetivo de facilitar a pirataria de seus jogos. E sem defender A ou B, vale salientar que não é difícil baixar um emulador de qualquer console e baixar uma BIOS pirata do dispositivo para inscrevê-la no programa.

Os games também são um “limbo” na emulação. Teoricamente, há um uso justo ao usar a ROM de um jogo que você pagou, sem distribuir para outros. Porém, uma empresa pode alegar que copiá-la para um PC ou celular é violação de sua propriedade intelectual.

Para quem amou Zelda TOTK, a história Nintendo vs. Yuzu está só começando e promete fortes emoções.

Com informações: PC Gamer e The Verge

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