Golpe das doações na Record: suspeitos movimentaram R$ 3,4 milhões em suas contas

O repórter Marcelo Castro e o editor-chefe Jamerson Oliveira. (Foto: Reprodução)

Dois jornalistas indiciados por suspeita de desviar doações destinadas a famílias vulneráveis na Bahia movimentaram cerca de R$ 3,4 milhões em suas contas bancárias em menos de um ano.

O “escândalo do pix” está sendo investigado pela Polícia Civil da Bahia há mais de um ano, resultando no indiciamento de 12 pessoas, incluindo os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, ambos da Record TV Itapoan na época dos fatos.

O Ministério Público do estado pediu novas diligências após receber o inquérito, e ambos os jornalistas negaram participação nos crimes durante os depoimentos. Também foi revelado que Marcelo, um dos acusados, teria movimentado cerca de R$ 1,2 milhão, enquanto Jamerson, R$ 2,2 milhões. Os valores são considerados incompatíveis com suas rendas e, por isso, levantaram suspeitas.

Contas bloqueadas e indiciamentos

O inquérito pediu o bloqueio de cerca de R$ 500 mil dos investigados, equivalente à estimativa de recursos desviados, conforme revelado pela revista Piauí e confirmado pela Folha. Ambos os suspeitos também foram indiciados por estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas variando entre 8 e 21 anos de prisão.

Vale destacar que, entre os outros indiciados, estão um amigo de Oliveira, apontado como operador do esquema, e pessoas que emprestaram suas chaves pix para o programa de TV.

Como funcionava o esquema

Marcelo costumava realizar reportagens com famílias vulneráveis, pedindo doações por pix com a promessa de que os recursos chegariam às famílias necessitadas. O esquema foi descoberto em março de 2023, quando o jogador Anderson Talisca tentou doar R$ 70 mil para uma criança doente, mas o pix informado na TV não correspondia ao da família da criança.

O jogador Anderson Talisca

A emissora iniciou uma investigação interna e protocolou uma notícia-crime. Posteriormente, a Record TV Itapoan demitiu Castro e Oliveira, e a polícia identificou outros 11 casos similares.

Parte dos recursos foi para contas de um amigo de infância de Oliveira, e algumas pessoas cederam suas chaves pix para receber doações, incluindo a mãe e a companheira do operador.

Famílias beneficiadas relataram ter estranhado os valores repassados, muitas vezes baixos e com números redondos, e que o repórter as induzia a pedir mais do que precisavam.

Depoentes afirmaram que Castro pedia para encenar situações para comover os espectadores. Uma mãe disse que se recusou a fazer seu filho se jogar ao chão, como solicitado pelo jornalista.

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