Defesa diz que Bolsonaro dormiu 2 dias na embaixada húngara “para manter contatos”

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que ele dormiu por 2 dias seguidos na embaixada da Hungria no Brasil, dias após a operação da Polícia Federal (PF) contra o político e seus aliados, e disse que a estadia foi “a convite”, para “para manter contatos com autoridades do país amigo” e debater “os cenários políticos das duas nações”.

A nota dos escritórios DB Tesser e Paulo Amador da Cunha Bueno Advogados afirma que, “nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”. “Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos, e são, na prática, mais um rol de fake news“.

O jornal The New York Times revelou nesta segunda-feira (25) que Bolsonaro dormiu na embaixada húngara, em pleno Carnaval, 4 dias após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e ter seu passaporte confiscado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A estadia foi um aparente pedido de asilo, segundo a reportagem, pois Bolsonaro não pode ser preso por autoridades brasileiras dentro de uma embaixada estrangeira (como ocorreu com Julian Assange, fundador do WikiLeaks, que morou por 7 anos na embaixada do Equador em Londres, apesar de um pedido de extradição dos Estados Unidos e de um processo que o ativista respondia no Reino Unido, por não se apresentar à Justiça britânica).

Bolsonaro é investigado por uma série de crimes no Brasil, incluindo uma tentativa de golpe de Estado em 2022, após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, o ex-presidente brasileiro foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público, na investigação sobre a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.

Procurada pelo The New York Times, a embaixada da Hungria no Brasil não se manifestou.

A nota da defesa de Bolsonaro diz também que, “como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”. O documento é assinado por Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten, que é ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Bolsonaro e hoje é advogado pessoal do ex-presidente.

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