Como o STF vê a fuga de Bolsonaro para embaixada da Hungria

Ministros do STF. Foto: reprodução

A estada do ex-presidente Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria, em fevereiro, por dois dias, tem gerado diferentes interpretações entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto alguns veem a ação como uma provocação à Corte ou um sinal de medo das investigações, outros consideram um possível ensaio de pedido de asilo. No entanto, não há consenso de que tenha ocorrido algum crime nessa situação.

Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, fontes do STF afirmam que a expectativa é de que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, opte por não impor novas sanções judiciais a Bolsonaro após receber as explicações formais de sua defesa.

Segundo um membro do Supremo, “dormir na embaixada não configura descumprimento de nenhuma das ordens judiciais que ele tem”.

Inicialmente, a defesa de Bolsonaro justificou a estadia na embaixada como uma oportunidade para debater temas de interesse internacional sobre o Brasil. Porém, no STF, essa explicação foi considerada “risível”.

Além de passar duas noites no local, corrobora a favor da tese de que ele buscava asilo a visita de Carlos Bolsonaro ao local. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, fontes próximas à família Bolsonaro afirmam que Carluxo foi o visitante que esteve com o pai na embaixada húngara na noite de 13 de fevereiro, terça-feira de Carnaval.

Imagens do sistema de segurança mostram que, às 20h38 daquele dia, um homem não identificado chegou ao local e entrou na embaixada com uma mochila, indo embora 38 minutos depois. Na mesma gravação, outro homem, aparentemente o próprio Bolsonaro, se despede do visitante na garagem.

Após afirmar que Bolsonaro ficou na embaixada húngara para atualizações com o governo de Viktor Orbán, a explicação oficial apresentada ao STF foi outra: a defesa do ex-presidente alegou que não havia temor de prisão, o que tornaria “ilógico” qualquer suposição de busca por asilo político.

A defesa de Bolsonaro argumenta que, devido às ações da Polícia Federal em 8 de fevereiro, incluindo prisões e apreensões, ficou claro que não havia intenção de prendê-lo naquela ocasião.

A estada do ex-presidente foi divulgada pelo jornal estadunidense The New York Times, que teve acesso a vídeos do sistema de segurança do local. De acordo com o NYT, Bolsonaro chegou à embaixada em 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval, permanecendo até 14 de fevereiro.

Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Adicionar aos favoritos o Link permanente.