Body positive: influencer de Balneário Camboriú destaca a importância do movimento que está em alta

O movimento body positive vem ganhando destaque ano a ano, através do incentivo de ser positivo em relação ao seu corpo – o que vai além do peso, é sobre mulheres e homens que vestem tamanhos maiores, mas também pessoas de nariz grande, com cicatrizes, rugas e até cabelo branco. É sobre deixar para trás o conceito de precisar se enquadrar no padrão imposto pelo universo da moda, da extrema magreza, e de algo irreal para a maioria da população.

Ashley Graham e Lizzo – duas figuras importantes do body positive a nível internacional (foto: Cosmopolitan)

Alguns nomes fortes no segmento a nível internacional são a modelo Ashley Graham e a cantora Lizzo, já no Brasil se destacam Tati Machado, jornalista e apresentadora da Globo, e a modelo e também apresentadora Letticia Muniz.

“As pessoas se acham no direito de te atacar”, diz Tiane (Arquivo Pessoal)

Em Balneário Camboriú um nome que vem ganhando cada vez mais espaço é o da influencer Tiane Felix (@tianeflx), que em seu Instagram foca, como ela mesma descreve, em conteúdo sobre ‘moda para mulheres reais, beleza, autoamor & afins’.

Tiane conversou com o Página 3 e falou sobre seu maior desafio – que ela diz que, ‘com certeza’ é enfrentar os haters (pessoas que fazem comentários maldosos em fotos e vídeos). “Porque as pessoas querem falar o que elas acham que podem do teu corpo, sendo que você não pediu opinião de ninguém, você só está compartilhando uma foto, você está compartilhando o seu dia a dia, mas as pessoas se acham no direito de te atacar só porque o seu corpo não é o que elas esperam, então eu acho que isso é o pior”, afirmou.

A jovem moradora de Balneário disse que não pode negar que os comentários ruins já lhe afetaram, porque às vezes pega justamente na maior insegurança, ou então não está em um dia ou período tão legal, e acaba se abalando. 

“Hoje eu lido muito melhor com isso, eu sei que a crítica, o comentário infeliz que a pessoa faz, diz mais sobre a pessoa do que sobre mim, sobre o meu corpo. Então eu, depois de alguns anos nesse meio e muita terapia, lido de uma forma melhor, mas a gente sabe que tem dias que pega… só que eu sei do meu propósito, eu sei o quão é importante as pessoas se sentirem representadas, serem vistas, os corpos serem vistos e isso ajuda a me fortalecer e me incentivar a continuar assim”, explicou.

A busca pelo padrão é algo que Tiane define como ‘uma corda bamba’ porque a todo momento na internet qualquer pessoa pode ser bombardeada por novas informações e tipos de procedimentos para dar aquele ‘retoquezinho’, e aí às vezes a pessoa pode se pegar pensando em alguma coisa que talvez nunca tenha lhe incomodado. 

“Então é muito complicado, a gente tem que sempre ficar olhando para si, entendendo o que para você faz sentido, o que não é só um fogo de palha, digamos assim, porque a mídia e a pressão estética, os padrões de beleza, eles vêm justamente para isso, para colocar a gente numa caixinha e falar, ‘ah, você só é bonito se você for desse tipo’, e se você não for assim, você fica sempre tentando alcançar esse padrão e você acaba perdendo a sua saúde mental e financeira também, porque tem muita gente que faz realmente loucuras financeiramente para conseguir um corpo ideal”, acrescentou.

A apresentadora Tati Machado faz sucesso na Globo e é uma das difusoras do movimento body positive (foto: TV Globo)

A influencer disse que ver pessoas diferentes, como Tati e Letticia na TV, é de suma importância exatamente para os ‘corpos reais’ se sentirem representados. Porém, ela vê que as marcas ainda precisam entender mais da ‘dor’ do público e que precisam representar mais o consumidor – ela exemplifica com os e-commerces de vestuário, onde na hora de escolher peças aparece apenas um padrão de modelo, sem a pessoa mais gordinha, por exemplo, se sentir representada e entender como ficaria a peça no seu corpo. 

 Letticia Muniz é influencer e apresentadora e defende a importância de ter mais espaço para todos os corpos (foto: Divulgação)

“Então quanto mais pluralidade de corpos a gente tiver nos espaços de mídias, todo mundo sai ganhando, todo mundo se sente visto. Seja uma menina gorda, seja uma pessoa PCD, uma pessoa negra, enfim, nós precisamos ser vistos! Nós precisamos nos sentir representados em todos os espaços, para a gente saber que aquilo ali é pra gente. Podemos alcançar qualquer lugar, independente do nosso corpo e do nosso jeito”, completou.

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