Banda de Pau e Corda traz a BH show alusivo aos 50 anos de estrada

O grupo pernambucano Pau e Corda apresenta o repertório do álbum “Entre a Flor e a Cruz” no palco do Cine Theatro Brasil Vallourec 

Patrícia Cassese | Editora Assistente

A bordo do repertório do álbum “Entre a Flor e a Cruz”, comemorativo de 50 anos de estrada, a Banda de Pau e Corda (PE) chega a Belo Horizonte para única apresentação neste sábado, dia 6 de abril, a partir das 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. O disco, lançado pela Biscoito Fino, traz a participação de convidados que percorrem caminhos artísticos variados, como Lenine, Padre Fábio de Melo, Fagner, Juliana Linhares e Marcos Valle.

Produzido por José Milton – que acompanha o Pau e Corda desde o primeiro trabalho (em 1973) – porém, desta vez em parceria com Alexandre Baros (baterista do grupo) -, o álbum tem arranjos de Zé Freire, Zezinho Franco e Waltinho. No repertório, canções novas se mesclam aos sucessos da trajetória. A Banda de Pau e Corda é formada por Sérgio Andrade (voz, percussão e vocal), Júlio Rangel (viola e vocal), Sérgio Eduardo (contrabaixo), Zé Freire (violão e vocal), Yko Brasil (flauta transversal e pífano) e o já citado Baros (bateria, percussão e vocal).

Balanço

Primeiramente perguntado sobre um balanço possível desse meio século de estrada, o vocalista Sérgio Andrade pontua: “Quando paro e vejo que vivi esses longos 50 anos cantando, me sinto super feliz e orgulhoso”. E prossegue: “A gente conseguiu atravessar essas cinco décadas com a mesma disposição. Ao longo desses anos todos, enfrentamos muitos momentos de dificuldade. De início, vale lembrar que nascemos no auge da ditadura militar, o que por si só já representava um desafio enorme”.

Tal qual, Sérgio lembra as contínuas mudanças que aconteceram no mercado da música. “Tais como a transição do vinil para o CD, depois para o MP3 e, mais recentemente, para as plataformas de streaming. No entanto, sem dúvida alguma, o momento mais difícil foi quando, em 2017, a gente perdeu o nosso irmão e grande idealizador da Banda de Pau e Corda, Roberto Andrade. Foi um baque muito grande. E a partir de então, todos os shows que nós, do grupo, fazemos, são em homenagem a ele”.

Vigor e vontade

Do mesmo modo, o vocalista ressalta que o grupo chega hoje, nessa celebração de 50 anos, com o mesmo vigor e a mesma vontade registradas lá no início da carreira. “Muitos músicos passaram pela Banda de Pau e Corda e, hoje, eu sou o único remanescente da formação original. Porém, mesmo com todas as mudanças e com um pouco da influência que cada músico que passa vai deixando na sonoridade da banda, dá para dizer que a gente se mantém fiel à nossa essência. Ou seja, fiel à nossa missão de cantar o nosso povo a partir das nossas vivências”, contextualiza.

Caso de amor com Minas

Sérgio Andrade rememora que a Banda de Pau e Corda se apresentou pela primeira vez em Belo Horizonte ainda no começo dos anos 1970. “Foi um show memorável, na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. A partir de então, não deixamos mais de ir a Minas. Circulamos o estado inteiro, gravamos algumas canções de artistas mineiros e tivemos participações especiais de alguns deles, nossos ídolos, em shows e discos”. Como exemplo, ele cita o LP “Arruar” (1978). “Foi a primeira vez que gravamos música mineira”.

No citado disco, a Banda de Pau e Corda gravou “O Trem Tá Feio”, de Murilo Antunes e Tavinho Moura, bem como “Cio da Terra”, de Milton Nascimento e Chico Buarque. “Aliás, nesse disco também temos participações especiais de Toninho Horta e de Tavinho Moura. Foi aí que a aproximação com a música mineira se consolidou”. E a relação dura até os dias atuais. “Recentemente, gravamos uma música do Chico Lobo em parceria com Giba (registrada durante show que fizemos em 2018 em BH)”, situa Sérgio.

Murilo Antunes

Ah, sim. No álbum “Missão do Cantador”, a Banda de Pau e Corda gravou uma música até então inédita de Murilo Antunes. “Uma parceria com Natan Marques, intitulada ‘Tudo Num Balaio Só’ – que, no disco, ela contou com a participação especial de Zeca Baleiro. E no nosso trabalho mais recente tivemos a alegria de contar com a participação especialíssima do Padre Fábio de Melo, que é mineiro de Formigas. Assim, ele cantou conosco um dos clássicos do nosso repertório, ‘Esperança’”.

Na verdade, o vocalista pontua que a relação com o estado é longa. “Assim, eu poderia ficar aqui o dia inteiro contando histórias e celebrando essa história de amor entre a Banda de Pau e Corda e Minas Gerais. Somos fãs dessa terra!”, frisa.

‘Entre a Flor e a Cruz”

Especificamente sobre o disco “Entre a Flor e a Cruz”, Sérgio atenta para o fato de que o norte definido, como já assinalado, foi mesmo a celebração dos 50 anos do Pau e Corda. “Desse modo, todo ele foi pensado para fazer sentido nessa data comemorativa. Por isso que traz alguns clássicos do nosso repertório autoral, bem como músicas icônicas do cancioneiro nordestino, que tanto nos alimenta. E, ainda, músicas inéditas, que, assim, apontam para o futuro”. O disco abre com a música “Vivência” (Waltinho/Roberto Andrade), que é também a canção que abre o disco do grupo, de mesmo nome, lançado ainda em 1973. Abaixo, a belíssima capa do disco.

Nova geração

Já a canção que dá nome ao álbum, “Entre a Flor e a Cruz”, é, diz Sérgio Andrade, uma composição de dois jovens artistas da música pernambucana, PC Silva e Gean Ramos Pankararu. “São dois dos principais nomes dessa geração, dois artistas do sertão pernambucano que apresentam um trabalho que dialoga demais com toda a nossa obra. Por isso decidimos incluir essa canção inédita”. Ele também revela que todas as músicas do disco fazem parte do repertório do show que o Pau e Corda traz a BH.

Resgate

Mas o roteiro contempla, ainda, canções de artistas que são referência para os integrantes do Pau e Corda, como Lenine e Luiz Gonzaga. “Também resgatamos algumas canções do nosso repertório que há algum tempo a gente não tocava. Ou seja, é um show todo especial e, assim, apresentá-lo em BH é motivo de muita alegria para todos nós, integrantes”.

Serviço

Banda de Pau e Corda lança “Entre a Flor e a Espada” em BH

Data: Sábado, 6 de abril, às 21h
Local: Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro)
Ingressos:
R$ 80,00 (Plateia I) – R$ 40,00 (meia – Plateia I);
ou R$ 70,00 (Plateia II) e R$ 35,00 (meia – Plateia II)
Vendas: Site da Eventim ou na bilheteria do teatro

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