
A Polícia Civil do Maranhão revelou detalhes de uma viagem meticulosamente planejada por Jordélia Pereira Barbosa, 35 anos, suspeita de envenenar um ovo de Páscoa enviado a uma família em Imperatriz, no Maranhão.
Jordélia percorreu cerca de 384 km em ônibus intermunicipal, saindo de Santa Inês ainda na madrugada da quarta-feira (16), para executar o que as autoridades descrevem como um crime movido por ciúmes e vingança. A tragédia resultou na morte de uma criança de 7 anos e deixou a mãe e a irmã dele em estado grave.
Ao chegar em Imperatriz pela manhã, Jordélia se hospedou em um hotel usando identidade falsa e apresentou crachás forjados de uma empresa de gastronomia. Alegando estar em processo de mudança de documentos como mulher trans, ela evitou mostrar um documento oficial. Com esse disfarce, passou o dia simulando uma ação de degustação de trufas de chocolate em uma região próxima ao local de trabalho de Mirian Lira, uma das vítimas do envenenamento.
Imagens de câmeras de segurança mostram Jordélia em uma loja de chocolates, disfarçada com peruca e óculos escuros, comprando o ovo que mais tarde seria entregue à família. O doce foi enviado por motoboy à casa de Mirian naquela mesma noite, acompanhado de um bilhete com a mensagem “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. Horas depois, o filho dela, Luís Fernando, de apenas 7 anos, começou a passar mal e morreu no hospital. A mãe e a irmã do menino também consumiram o chocolate e foram internadas em estado grave.

Após a entrega do ovo, Jordélia retornou para Santa Inês às 2h30 da madrugada da quinta-feira (17). Ela foi presa logo após desembarcar do ônibus, em uma operação da polícia que reuniu evidências como restos de chocolate em bolsas térmicas, perucas, bilhetes falsificados e comprovantes de viagem. As autoridades destacam o caráter premeditado da ação, considerada fria e cuidadosamente executada.
O delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, afirmou que todos os indícios e provas materiais apontam para Jordélia como a responsável pelo crime. “Temos elementos suficientes para confirmar a autoria. Agora aguardamos o resultado da perícia para identificar o tipo de veneno usado”, declarou. A análise está sendo conduzida pelo Instituto de Criminalística e deve levar até 10 dias.
Jordélia teve a prisão preventiva decretada e deve ser transferida para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. A Polícia Civil segue investigando o caso.
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