A campanha de Boulos acerta ao mostrá-lo como adulto na sala dos arruaceiros Nunes e Marçal

Boulos entre os bolsonaristas Marçal e Nunes

Em meio ao caos do último debate no Flow, que resultou em confronto físico entre os assessores de Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) emergiu como a figura mais ponderada e propositiva. É o “adulto na sala” diante de rivais envolvidos em numa escalada sem precedentes de violência fascista e delinquência movida a dinheiro e algoritmo.

Enquanto Nunes e Marçal engajavam em trocas acaloradas de xingamentos, Boulos adotou uma postura crítica, destacando a baixaria entre os dois e apontando como a atmosfera de “violência e ódio” reflete o bolsonarismo.

Ao fazer isso, Boulos se posiciona claramente como uma alternativa mais madura e centrada, focando nas propostas e numa diferenciação patente. “É a diferença nossa para eles, quem assistiu viu”, comentou.

A campanha de Nunes tentou desacreditá-lo, acusando-o de igualar a vítima. Balela. Essas acusações parecem ter reforçado a imagem de Boulos como um candidato comprometido com princípios democráticos e civilidade, contrastando com as práticas beligerantes de seus oponentes.

Boulos, cuja campanha sofre críticas à esquerda pelo eventual bom-mocismo e à direita pelas groselhas de sempre (“ele vai invadir a casa do seu cachorro e comê-lo”), responde às provocações com ironia e recorre a medidas legais quando necessário, buscando não apenas preservar sua integridade, mas também enfatizar a importância do respeito ao eleitor e ao diálogo construtivo.

Os fatos falam por si: o psolista está no topo das pesquisas desde o começo, sem as oscilações dos dois principais concorrentes. O busílis é diminuir a rejeição — e, nesse caso, imagine se ele topasse o figurino de radical ao qual os inimigos sempre o vincularam.

Essa abordagem reflete uma estratégia consciente de Boulos e sua equipe, que escolheram não se deixar arrastar para a lama de Nunes e Marçal. Ao invés disso, optaram por destacar os aspectos mais sólidos e propositivos, fortalecendo sua posição como a voz da razão.

Essa tática não apenas solidifica o apoio de seus eleitores, mas deve atrair aqueles desencantados com a canalhice galopante da extrema-direita, oferecendo uma alternativa genuína que prioriza a governança efetiva e o progresso social ao invés de capitalizar em cima do espetáculo dantesco.

O DCM vem denunciando a barbárie de Pablo Marçal tão logo ele mostrou suas garras no primeiro debate, num conluio com uma mídia que o normalizou. Nesse ritmo, os confrontos terminarão em tiroteio, já escrevi. Na terça, 24, o jornalista Leão Serva, que mediou a cadeirada na TV Cultura, comparou Marçal a Hitler e questionou por que o cidadão é chamado para os debates (ora, Leão, era só não ter mediado). A ministra Carmen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, fez um discurso na abertura da sessão do tribunal pedindo que partidos e candidatos se deem ao respeito e “tomem tenência”.

A estratégia de Boulos não só está correta, mas é também necessária em um contexto em que a apresentação de soluções reais são urgentes para enfrentar os desafios que São Paulo enfrenta. Ao se posicionar com decência e sobriedade, Boulos se apresenta como capaz de liderar com sensatez e visão, enquanto Nunes e Marçal mergulham no esgoto.

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