“Liberdade de expressão não é liberdade de agressão”: Moraes responde ataques de Musk

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Elon Musk, bilionário e dono do X (ex-Twitter). Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se manifestou sobre os ataques do bilionário Elon Musk, dono do X (ex-Twitter), no início da sessão da Corte nesta quarta (10). O magistrado, que foi alvo dos posts do empresário, afirmou que “liberdade de expressão não é liberdade de agressão”.

“Tenho absoluta convicção de que o Supremo Tribunal Federal, a população brasileira, as pessoas de bem sabem que liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade para a proliferação do ódio, do racismo, misoginia, homofobia. Sabem que liberdade de expressão não é liberdade de defesa da tirania”, disse Moraes.

“Talvez alguns alienígenas não saibam, mas passaram a aprender e tiveram conhecimento da coragem e seriedade do Poder Judiciário brasileiro”, prosseguiu.

Em posts no X durante o último fim de semana, Musk acusou o ministro de promover “censura no Brasil” e pediu sua renúncia ou impeachment, além de amaçar não cumprir mais determinações feitas pela Corte. Nesta terça (9), ele acusou o magistrado de “tirar Lula da prisão”.

Relator de inquéritos que investigam a disseminação de fake news e ataques a instituições, Moraes já determinou a desativação de uma série de perfis nas redes sociais, o que é chamado de “censura” por bolsonaristas.

Antes de Moraes, Barroso e Gilmar também se manifestaram sobre ataques de Elon Musk. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Antes da fala de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, também se manifestaram sobre os ataques de Musk. Para o decano, o episódio comprova a necessidade de regulamentação das plataformas.

“Acredito que as manifestações veiculadas na rede social X apenas comprovam a necessidade de que o Brasil, de uma vez por todas, regulamente de modo mais preciso o ambiente virtual”, afirmou Gilmar.

Barroso, por sua vez, aponta que o modelo de negócio das plataformas incentiva a “difusão do mal”. “Por trás da alegação de liberdade de expressão, o que existe é um modelo de negócios que vive do engajamento. O ódio, a mentira, o ataque às instituições trazem mais engajamento do que o discurso moderado, que a notícia verdadeira”, avalia.

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